Uma equipa de cientistas descobriu que os não fumadores têm nos pulmões alguns crescimentos preocupantes que podem por em risco a sua saúde.
Os pequenos crescimentos nos pulmões, conhecidos como nódulos pulmonares e por norma associados ao tabagismo, são cada vez mais comuns entre as pessoas que nunca fumaram.
Os nódulos pulmonares são pequenos crescimentos do tecido pulmonar e, embora a maioria seja benigna, alguns podem ser sinais precoces de cancro do pulmão.
Quando surgem em não fumadores pode ser devido a infeções antigas, tecido cicatricial ou apenas uma variação na estrutura pulmonar.
Um novo estudo, publicado esta terça-feira na Radiology, sugere que os nódulos pulmonares são muito mais comuns na população em geral do que se pensava anteriormente, mesmo naqueles que nunca fumaram.
Os investigadores incluíram mais de 10.000 participantes dos Países Baixos, todos eles ex-fumadores ou que nunca fumaram. Seguidamente, através de exames de tomografia computorizada (TC) de baixa dose, foi possível detetar nódulos com apenas 3,9 milímetros de diâmetro.
Segundo o StudyFinds, mais de 40% dos não fumadores avaliados apresentam pelo menos um nódulo pulmonar e cerca de 11% nódulos suficientemente grandes para se tornarem preocupantes e necessitarem de uma avaliação clínica ou acompanhamento médico.
A prevalência destes nódulos aumenta com a idade, tanto nos homens como nas mulheres. No grupo dos 45 aos 49 anos, cerca de 39% dos homens e 28% das mulheres tinham pelo menos um nódulo. Quando chegam as 80 ou mais anos, estas percentagens aumentam para 61% nos homens e 51% nas mulheres.
Além disso, os homens apresentam maiores probabilidades de ter nódulos pulmonares do que as mulheres em todas as faixas etárias. No entanto, quando as mulheres têm nódulos, tendem a ser ligeiramente maiores.
“A incidência de cancro do pulmão nesta população é muito baixa (0,3%), o que sugere que a maioria dos nódulos clinicamente relevantes e mesmo acionáveis num grupo de não fumadores são benignos”, conclui a radiologista e autora principal do estudo, Rozemarijn Vliegenthart.
Por fim, dados futuros sobre o diagnóstico de cancro do pulmão nos participantes com nódulos clinicamente relevantes podem ajudar a otimizar as recomendações de gestão de nódulos para indivíduos considerados de baixo risco.