Descoberta maneira totalmente nova de criar um sistema nervoso (útil para robots)

Estudo centrou-se em polvos. Os resultados não foram nada do que os investigadores estavam à espera.

Um estudo nos Estados Unidos da América, financiado pela Pesquisa Naval local, resume-se com esta reacção: “Achamos que este é um novo design para um sistema nervoso baseado em membros. Nunca vimos algo parecido noutros animais”.

As palavras são da investigadora Melina Hale, uma das autoras do estudo focado em polvos, realizado por especialistas na da Universidade de Chicago (EUA) e publicado na Current Biology.

Foi descoberta uma característica nova e surpreendente do sistema nervoso do polvo: uma estrutura que permite que os cordões nervosos intramusculares, que ajudam o polvo a sentir o movimento do braço, liguem os braços que estão em lados opostos do animal.

O portal SciTechDaily lembra que os polvos não são como os humanos. Porque são invertebrados, têm oito braços e estão mais próximos de amêijoas ou caracóis. 

No entanto, os polvos desenvolveram sistemas nervosos complexos com tantos neurónios como no cérebro dos cães, permitindo que exibam uma ampla gama de comportamentos complexos.

Foram utilizados polvos jovens nesta análise – assim foi possível ver a base de todos os oito braços de uma só vez. Tinham todos o tamanho de uma moeda, ou até menores.

A ideia era estudar cordões nervosos intramusculares axiais maiores, nos braços. Mas esses cordões continuavam para lá do braço, prolongavam-se dentro do corpo do polvo.

Os autores do estudo começaram a traçar os nervos, esperando que estes formassem um anel no corpo do polvo, semelhante aos cordões nervosos axiais. Dois dos cordões contornaram os dois braços adjacentes e fundiram-se com o cordão do terceiro braço. 

Todos os braços estavam ligados de forma simétrica.

Mas será que esse padrão iria repetir-se nos outros cinco braços? As imagens mostravam que não, que parecia que todos estavam a seguir direcções diferentes.

Os resultados não foram nada do que os investigadores estavam à espera.

No fundo, estava ali criado um novo design anatómico, uma nova forma de “construir” um sistema nervoso.

Agora a equipa norte-americana partiu para o estudo do sistema nervoso de lulas e chocos, por exemplo, para ver se têm uma anatomia semelhante.

Melina Hale admite que esta descoberta pode, não só criar novas noções sobre a projecção do sistema nervoso de invertebrados, mas também ajudar no desenvolvimento de novas tecnologias de engenharia, como robots e design de dispositivos submarinos autónomos.

ZAP //

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