Uma ave em miniatura esculpida há cerca de 13.500 anos a partir de um osso queimado é a mais antiga escultura conhecida da arte pré-histórica da China, descoberta no local pré-histórico de Lingjing, na província de Henan.
Trata-se de um animal de pé sobre um pedestal que data de há mais de 8.500 anos, em comparação com o que era conhecido até agora, as primeiras representações de animais e as primeiras esculturas na Ásia Oriental, referem os autores num estudo publicado esta quinta-feira na revista científica Plos One.
“A escultura não é uma representação totalmente realista de uma ave”, porque o autor “sobredimensionou a cauda do pássaro para permitir que a escultura fique no seu pedestal”, disse Francesco D’Errico, um dos investigadores em declarações à AFP.
“O artista estava plenamente consciente de que a estatuária é a arte do equilíbrio e da harmonia”, acrescenta o coautor do estudo. Encontrado em Lingjing, no norte da China, no meio de restos de animais carbonizados e fragmentos cerâmicos, a figura de 19,2 milímetros de comprimento encontrava-se num “estado de conservação excecional”.
O pequeno transeunte faz assim recuar em mais de 8.500 anos a origem da escultura e das representações animais na Ásia Oriental. “Já sabíamos que, naquela época, os caçadores-recoletores na China faziam ferramentas a partir de ossos (pontas de lança, agulhas, etc.) e ornamentos pessoais feitos a partir de cascas, ovos de avestruz ou dentes de animais”, explica o arqueólogo da Universidade de Bordéus, em França.
“Os objetos esculpidos, sem função aparente e que requerem formação específica, abrem uma nova janela sobre estas sociedades e tornam-nas ainda mais próximas dos caçadores-recoletores historicamente conhecidos”, acrescenta.
O jornal espanhol El País detalha ainda que esta escultura, que os cientistas acreditam que se pode vir a tornar num ícone da arte asiática, mede pouco mais de um centímetro.
ZAP // Lusa