Descoberta de arqueólogos confirma evento descrito na Bíblia

(dr) Yoav Vaknin

Nova técnica de medição do campo magnético foi utilizada em tijolos queimados, em Tel Safi. Destruição da cidade vem na Bíblia.

A ciência volta a estar ligada à religião, desta vez devido a uma investigação arqueológica.

Uma equipa da Universidade de Tel Aviv utilizou uma nova técnica que detecta campos magnéticos antigos. Utilizou-a em tijolos queimados.

E este estudo confirmou um evento descrito na Bíblia, mais precisamente no Antigo Testamento: a destruição da cidade filisteia de Gate, actual Tel Safi.

No conjunto de livros mais conhecido do planeta, Gate foi conquistada por Hazael, rei de Aram, cerca de 800 anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Era a cidade mais importante da sua região.

Esta nova técnica, cita a Revista Galileu, mostra se um objecto (tijolo de barro, por exemplo) foi queimado, mesmo que a temperaturas relativamente baixas, a partir de 200 graus.

O estudo mediu o campo magnético nos tijolos à medida que queimam e arrefecem: “A argila com a qual os tijolos foram feitos tem milhões de partículas ferromagnéticas – minerais com propriedades magnéticas que funcionam como bússolas ou ímanes pequenos”, explicou o investigador principal, Yoav Vaknin.

Num tijolo de barro seco ao Sol, a orientação desses ímanes é quase aleatória; os ímanes cancelam-se entre eles.

Mas, num cenário de aquecimento a 200 graus ou mais, libertam-se sinais magnéticos de partículas magnéticas. Tendem a alinhar-se com o campo magnético da Terra naquele momento e local específicos.

Nesta investigação, através de uma desmagnetização térmica, os arqueólogos “apagaram” gradualmente o campo magnético do tijolo – o tijolo foi aquecido num forno especial num laboratório paleomagnético que neutraliza o campo da Terra.

Aí, o calor liberta os sinais magnéticos (que voltam a cancelar-se uns aos outros). O sinal magnético total enfraquece e perde a sua orientação.

A amostra neste estudo foi aquecida a 100 graus; isso libertou os sinais de apenas uma pequena percentagem dos minerais magnéticos. Depois, baixaram a temperatura do tijolo e o resto do sinal magnético foi medido.

O processo foi repetido, sempre subindo de 50 em 50 graus, até chegar aos 700 graus. O campo magnético do tijolo foi sendo gradualmente apagado.

O “desbloqueio” do sinal de cada mineral e o período em que foi inicialmente “travado” têm praticamente a mesma temperatura. E a temperatura do incêndio original é a do “apagão total” do campo magnético.

Os resultados das amostras de uma parede de tijolos descoberta em Tel Safi mostraram campos magnéticos com a mesma orientação: norte e para baixo – o que sugere que a estrutura foi queimada naquele sítio.

O estudo mostrou que a parede e os destroços no local foram queimados num único incêndio. Ou seja, na conquista e parcial destruição da então Gate.

ZAP //

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