Descoberta antiga cidade Maia. Esteve escondida na selva durante mais de 1000 anos

Ivan Šprajc / National Institute of Anthropology and History

A antiga cidade maia Ocomtún

Cientistas do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) descobriram os restos de uma cidade Maia centenária na reserva ecológica de Balamkú, na Península de Yucatán.

Apesar dos avanços tecnológicos, há muitos segredos escondidos nas partes mais remotas do mundo. Recentemente, uma equipa do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) descobriu uma antiga cidade Maia dentro da reserva ecológica de Balamkú, na Península de Yucatán.

A cidade foi batizada de Ocomtún, que significa “coluna de pedra” em maia iucateque, devido às numerosas colunas espalhadas por todo o assentamento.

Em comunicado, os arqueólogos detalham que a cidade incluía grandes edifícios piramidais, colunas de pedra, três praças com edifícios e outras estruturas, com um núcleo que se estende por mais de 50 hectares.


O líder da investigação, Ivan Šprajc, avançou que a povoação terá sido um importante centro regional durante o período clássico Maia, que decorreu entre 250 e 1000 d.C.. O nome “coluna de pedra” deve-se ao número de monólitos de pedra cilíndricos espalhados por todo o local.

Os construtores Maias centralizavam as suas cidades em torno de pirâmides como as que foram encontradas em Ocomtún, com as estruturas a servir propósitos religiosos.

Pirâmides grandes e escaláveis, como as de Uxmal e Chichén Itzá, eram normalmente usadas para rituais, incluindo sacrifícios. Outras serviam como ornamentos sagrados e pontos de referência convenientes para a navegação.

Graças aos dados recolhidos pela tecnologia LiDAR, foram identificadas várias concentrações de estruturas pré-hispânicas que partilham características com o que se conhece de outras partes da área Maia.

Os elementos arquitetónicos sugerem que o declínio de Ocumtún coincidiu com o colapso mais amplo da civilização Maia entre 800 e 1000 d.C.. Durante esse período, “dezenas de áreas urbanas centrais nas terras baixas da Península de Yucatán  passaram de cidades movimentadas a ruínas abandonadas”, escreveu Joseph Stromberg para a revista Smithsonian, em 2012.

Segundo Šprajc, as alterações na paisagem de Ocumtún refletem “mudanças ideológicas e populacionais em tempos de crise que, finalmente, no século X, levaram ao colapso da complexa organização sociopolítica e à drástica diminuição demográfica nas terras baixas centrais Maias”.

A descoberta foi resultado da primeira temporada de campo do projeto “Expandir o panorama arqueológico da Planície Central Maia”.

Liliana Malainho, ZAP //

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