Uma equipa de cientistas identificou a causa provável do aumento das taxas de cancro colorretal em jovens adultos.
As diferenças entre os jovens adultos e os idosos com cancro colorretal são as diferenças na dieta, que se refletem no tipo de metabolitos presentes no microbioma intestinal.
Segundo o Study Finds, os doentes mais novos apresentam níveis mais elevados de metabolitos envolvidos na produção e metabolização de um aminoácido denominado arginina, bem como de metabolitos envolvidos no ciclo da ureia.
Num novo estudo, publicado o mês passado no npj Precision Oncology, os investigadores recolheram amostras de sangue e de tecido de 64 pessoas com cancro colorretal, dividindo-as em dois grupos — 20 doentes com cancro de início precoce (igual ou inferior a 50 anos) e 44 com início médio (60 anos ou mais).
Além disso, também incluíram um grupo de controlo de 49 pessoas sem cancro.
Foram utilizados métodos estatísticos avançados e aprendizagem automática para identificar diferenças nos metabolitos e nas bactérias, procurar correlações entre metabolitos e bactérias específicos, e criar modelos que pudessem distinguir entre o cancro colorretal de início precoce e o de início médio.
Seguidamente, os investigadores descobriram um grande número de moléculas derivadas da dieta, denominadas metabolitos. Os metabolitos envolvidos no cancro colorrectal provêm normalmente do consumo de carne vermelha e de carne transformada.
“Começamo-nos a centrar no microbioma intestinal como principal fonte para o risco de cancro do cólon. No entanto, os nossos dados mostram que o principal fator é a dieta”, afirma o coautor do estudo, Naseer Sangwan.
“Já conhecemos os principais metabolitos associados ao risco de início na juventude, pelo que podemos agora avançar com a nossa investigação na direção correta”, conclui.
Por fim, os autores esperam testar se determinadas dietas ou medicamentos envolvidos na regulação da produção de arginina e do ciclo da ureia podem ajudar a prevenir ou tratar o cancro colorrectal em jovens adultos.