A descoberta de 66 novos locais ocupados pelo exército romano revela detalhes sobre um dos seus conflitos mais infames: a conquista da Península Ibérica.
Uma equipa de investigadores espanhóis, da qual faz parte o português João Fonte, descobriu que o exército romano teve uma presença maior na região do que se pensava durante a batalha de 200 anos para conquistar a Península Ibérica.
Os arqueólogos descobriram vários campos usados para treino e abrigo, que permitiram perceber como é que os soldados do exército romano atacaram grupos indígenas e aprender mais sobre a sua presença na orla norte da bacia do rio Douro.
A presença temporária do exército romano deixou sempre vestígios subtis na superfície. O trabalho dos investigadores, que recorreram a uma tecnologia de deteção remota, mostra a forma do perímetro dos acampamentos militares romanos, geralmente retangulares.
Estas dezenas de novos locais ocupados pelas forças militares do Império Romano estão localizadas no sopé da Cordilheira Cantábrica, no norte de Espanha.
Isto sugere, de acordo com os autores do estudo, que os soldados andavam entre terras baixas e altas, usando os cumes das montanhas para ficarem escondidos e, assim, ficarem mais seguros. Além disso, de acordo com o Phys, o facto de haver tantos acampamentos na região mostra o imenso apoio logístico que permitiu ao Império Romano conquistar a Península Ibérica.
O estudo contou com a colaboração de João Fonte, investigador português no Departamento de Arqueologia da Universidade de Exeter, no Reino Unido. Os resultados foram publicados, em dezembro, na revista científica Geosciences.
“Os restos são dos acampamentos temporários que o exército romano montou ao deslocar-se em território hostil ou ao realizar manobras em torno das suas bases permanentes. Eles revelam a intensa atividade romana na entrada da Cordilheira Cantábrica durante a última fase da conquista romana da Hispânia”, explicou João Fonte.
A equipa de investigadores está atualmente a desenvolver um projeto para catalogar e documentar todos os acampamentos romanos na província de Leão através de drones, a fim de obter um melhor entendimento das suas estruturas ou da evolução do seu estado de conservação.
Quando se faz divulgação científica não se deve introduzir adjetivação apelando a reações afetivas: Porquê e para quê dizer que a conquista da península ibérica foi um dos conflitos mais infames do exército romano? Os métodos utilizados foram idênticos aos usados noutros conflitos e na época não eram considerados infames, mas normais em conflitos.
Certíssimo!
Também não foi uma batalha de 200 anos. Foi, isso sim, uma guerra de 200 anos. Uma batalha é um conflito pontual e tem um desfecho imediato. Um conjunto de batalhas prefaz uma guerra.
Muito bem dito.
Falta explicar que levaram porrada a torto e a direito dos Lusitanos, um povo que ja nao existe, ou melhor existe poucos descendentes, o resto chama-se portugueses que sao um povo LIXO, descendentes dos turdos.
O impacto da romanização da peninsula foi tão profundo que ainda hoje, após mais de 1000 anos se faz sentir. Avaliar os efeitos do direito romano, da pedofilia e corrupção, da proliferação de sociedades de caracter mafioso, constitui campos abertos à investigação e a numerosas teses de doutoramento!
O exército romano, em marcha, fortificava cada acampamento onde estacionava. É interessante a identificação desses locais, que pode ter esse significado, mais do que a densidade de cobertura do território em simultâneo… O Peter Connolly ilustra magnificamente essa técnica. Relativamente à “dureza” da ocupação ela era a comum nas conquistas do império e talvez só se distinga pela duração da resistência, que por eficaz gerava a repetição das acções “pacificadoras”… Mas a mão romana era tão dura quanto a de qualquer conquistador. Talvez nos pareça mais pesada porque teve mais êxitos, … está mais documentada… e não a comparamos com outros conquistadores contemporâneos…Como foi dito, olhar para o passado remoto com os olhos e a ética do séc. XXI. é discutível… e mais vale aplicar a moral às ações do presente o que muitas vezes nos escapa…