O governo da Hungria anunciou esta terça feira que vai criar unidades especiais de policiamento para patrulhar a fronteira com a Sérvia, onde diariamente entram ilegalmente centenas de pessoas.
“O primeiro-ministro Viktor Órban solicitou ao ministro do Interior a criação de unidades fronteiriças, compostas por milhares de polícias”, referiu o chefe do gabinete do primeiro-ministro, János Lázár, em declarações à imprensa húngara.
O representante acrescentou que o executivo conservador de Budapeste também prevê alterar a legislação relacionada com as entradas ilegais no território húngaro.
O governo húngaro iniciou em julho a construção de uma vedação de 177 quilómetros ao longo da fronteira com a Sérvia para deter as entradas ilegais.
A conclusão da obra está prevista para o final deste mês, o que originou nas últimas semanas a um aumento do fluxo de refugiados.
Segundo a proposta do executivo húngaro, quem danificar a vedação poderá incorrer numa pena até quatro anos de prisão.
As penas relacionadas com o tráfico de pessoas também vão ser agravadas uma vez que, segundo János Lázár, “a Hungria está sob o ataque de traficantes”.
É esperado que o parlamento húngaro, onde o governo conservador nacionalista de Orbán conta com uma ampla maioria, discuta estas propostas governamentais numa sessão extraordinária em finais de agosto ou no início do próximo mês de setembro.
Desde o início do ano, a polícia húngara registou a entrada ilegal de mais de 100 000 pessoas, na sua maioria provenientes de países em conflito, que entram na Hungria pela fronteira com a Sérvia e dali partem para outros países europeus, especialmente Áustria, Alemanha e Suécia.
Na segunda-feira, a polícia informou que tinha intercetado, só no último fim de semana, 5 544 pessoas, 942 delas menores.
/Lusa