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Depois de Rui Moreira, Moedas também quer limitar lojas de souvenirs. Mas porque é que há tantas?

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Ímanes, t-shirts, miniaturas: são todos iguais, os preços semelhantes, e os estabelecimentos são às centenas nos grandes centros turísticos. As lojas de souvenirs levantam muitas dúvidas, e os autarcas das duas metrópoles querem pôr-lhes travão.

A Câmara de Lisboa, presidida por Carlos Moedas, comunicou esta quarta feira que quer acabar com o “licenciamento zero”, que reduz os procedimentos legais ao mínimo necessário para a abertura destes estabelecimentos.

“O licenciamento zero tem sido uma fonte de problemas e algo que, neste momento, se tornou um obstáculo para a governação da cidade”, comunicou Moedas ao Público.

Tem sido “uma experiência dolorosa ver que abrem pretensos espaços de chá e se transformam em bares a funcionar até de madrugada e em fonte de problemas e ruído para os moradores”, acrescenta o autarca. “O mesmo se aplica a muitos outros tipos de estabelecimentos e situações, com ruas em que já só existem determinados tipos de lojas”.

O objetivo de acabar com esta facilitação de procedimentos é travar a chamada “gentrificação”, um fenómeno em que o comércio tradicional dá lugar a negócios turísticos, por exemplo.

Em reunião de vereação, esta situação será agora discutida, com base numa moção apresentada pela coligação do autarca.

“Em Lisboa, a proliferação acentuada, na última década, de abertura de estabelecimentos de comércio, nomeadamente lojas de souvenirs e de conveniência no tecido histórico, tem conduzido a um desequilíbrio destes estabelecimentos face a outro tipo de comércio, mais tradicional e característico da identidade histórica e cultural da cidade”, escreve Moedas.

Já em outubro Rui Moreira se manifestara contra o crescimento desmedido deste tipo de estabelecimentos, que apelidou de “lavandarias de dinheiro”. “Haverá umas que têm um negócio associado, que pode ter a ver com o tráfico de seres humanos”, comentou o presidente da Câmara do Porto.

Isto porque, justificou o autarca, não parecem existir vendas suficientes que suportem “o pagamento de rendas nos sítios mais caros das cidades”.

Lavandarias e habitações: ímanes são janela aberta para Portugal

As lojas de souvenirs não são apenas um negócio de recordações turísticas. De acordo com uma investigação da SIC, são também uma porta de entrada para muitos imigrantes, que veem nelas uma porta aberta à legalização.

Shah Alam Kazol, presidente da comunidade do Bangldesh no Porto, explica que as próprias lojas servem mesmo de espaço de habitação temporário: “se eu contratar [um imigrante], isso não é ilegal, mesmo que ele não esteja legal em Portugal”.

É por isso que estas lojas são uma porta de entrada par ao país. Em Lisboa, as autoridades detetaram inclusivamente um esquema em que uma única morada foi usada para validar mais de 1.600 atestados de residência.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

4 Comments

  1. Até que enfim, começam a acordar. E, a par das lojas dos imanes, vasculhem também lojas de produtos electrónicos e reparação de telemóveis, nomeadamente as detidas por imigrantes. E barbeiros, também.

  2. Nunca nenhum jornalista se deu ao trabalho de investigar esse assunto a fundo. Quem são os donos desses estabelecimentos (pessoas singulares ou empresas), quanto pagam de renda, qual o volume de negócios (essas lojas estão quase sempre às moscas), quantos empregados têm, etc.

  3. Os estabelecimentos comerciais e de restauração e bebidas dos Estrangeiros, abrem na Cidade do Porto de 2014 até à presente data por ordem do Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto», é este Executivo que passa as licenças para que os mesmos se possam estabelecer.
    Nenhuma actividade seja ela serviços, comércio, restauração e bebidas, ou outros, se pode estabelecer numa Cidade, Vila, ou Aldeia de Portugal, sem autorização, sem o aval dos Executivos que governam as respectivas Câmaras Municipais, por tanto, é mentira que o Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» queira «…limitar lojas de souvenirs…» como sugerido no título deste artigo.

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