Foi denunciada uma festa sexual com várias jogadoras de futebol do Famalicão e alguns elementos da equipa técnica e estrutura do clube.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recebeu uma denúncia relativa a uma festa ade cariz sexual que envolveu jogadoras de futebol do Famalicão, elementos da equipa técnica e da estrutura do clube na temporada de 2021-2022.
Esta queixa é uma das recebidas recentemente no Portal de Denúncia do organismo, depois das acusações do treinador da equipa feminina do Famalicão, Miguel Afonso, de assédio sexual, com envio de mensagens íntimas quando esteve no Rio Ave.
O Conselho de Disciplina (CD) da FPF já inquiriu as jogadoras, o treinador e outras testemunhas e deverá pronunciar-se em breve.
A equipa formada no CD para investigar as várias denúncias com urgência inclui membros da Comissão de Instrução Disciplinar da Federação. Está também a ser analisada uma queixa apresentada em outubro do ano passado contra a Ovarense.
O órgão, segundo avança o Púbico, pode não só instaurar processos disciplinares aos visados, como também remeter as queixas que recebe para o Ministério Público, se considerar haver matéria para o foro judicial.
“Ao ver várias das minhas colegas de profissão denunciar práticas de assédio sexual de um treinador e diretor desportivo, mas também a conduta negligente dos dirigentes do FC Famalicão, que foram avisados e nada fizeram, decidi contar também por esta via o meu caso e esperar que se investigue, também, esta situação”, explicou uma antiga jogadora do Famalicão, na denúncia.
A queixa fala numa “alegada orgia e práticas de cariz sexual” com, pelo menos, oito jogadoras num apartamento do clube, onde vivia um membro da equipa técnica.
A jogadora alerta para o facto de a direção do Famalicão ter sido avisada dos vários relatos de assédio denunciados por atletas do Rio Ave, logo depois de ter anunciado a contratação de Miguel Afonso, quando refere a “conduta negligente”.
O caso da Ovarense, revelado pelo Público a 30 de outubro de 2021, foi uma das primeiras denúncias de assédio feitas por jogadoras em Portugal a entidades competentes — FPF e Polícia Judiciária.
A atleta em causa queixou-se de ameaças físicas e psicológicas, tentativa de agressão e desrespeito por parte dos treinadores, funcionários e dirigentes do clube durante a época de 2020-2021.
A atleta foi alvo de comentários sexuais por parte de um dos treinadores adjuntos da equipa e proibida de utilizar o espaço de refeições dado às futebolistas que moravam nas instalações do recinto desportivo da Ovarense sempre que era usado para convívios da equipa sénior masculina, dos técnicos e, ocasionalmente, de dirigentes.
“Conversei diversas vezes com outra atleta que também morava nas instalações sobre o medo de sair do quarto para tentar utilizar a cozinha”, revelou na altura.
Miguel Afonso defende-se
Na temporada seguinte, 2021-2022, a equipa feminina da Ovarense passou a ser orientada por Miguel Afonso, o ex-treinador do Rio Ave, atualmente no Famalicão, acusado de assédio por várias das antigas jogadoras em Vila do Conde.
Na versão de Miguel Afonso, o treinador rejeita que o conteúdo das mensagens trocadas com as suas atletas, entre os 18 e 20 anos, tivesse outra motivação para além de “ajudar as jogadoras”.
“Torna-se muito complicado, dois anos depois, estarmos a falar num contexto, porque já passou muito tempo. Mas, depois de termos o cuidado de lermos as mensagens todas seguidas e não frases soltas, conseguimos perceber que existe ali uma conversa dos dois lados completamente… transparente, relaxada, equilibrada e consegue-se justificar tudo”, garantiu o treinador.
Miguel Afonso insistiu ainda no “tom de brincadeira e relaxe” entre as “duas pessoas” que tiveram a conversa. Quando contactado pelo Público sobre a denúncia, não quis prestar qualquer declaração. “Não sei onde querem chegar com isso e que tipo de conversas são essas”, limitou-se a dizer.
Meretrizes e criminosos há em todo o lado independentemente da classe ou grupo a que pertençam.
Resalvando o facto de se ter passado num apartamento do clube, pergunto:
As orgias são proibidas por lei em Portugal?