Democratas já estão “resignados” com uma vitória de Trump (mas ainda há uma resistente de peso)

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SARAH YENESEL/EPA

Joe Biden

O alvoroço em torno do ataque a Trump acalmou as vozes Democratas que apelam à desistência de Biden. Há até já quem diga que o partido já aceitou que será derrotado em Novembro.

O rebuliço interno no Partido Democrata sobre o futuro da candidatura de Joe Biden foi ofuscado pela recente tentativa de assassinato de Donald Trump, com os legisladores a dar agora prioridade à sua segurança e apostarem na união.

“Estamos todos focados em dar as nossas condolências e manter as nossas equipas a salvo”, confessa um congressista que tem sido crítico de Biden. Um outro congressista de topo explica ao Axios que o partido está demasiado “caótico” para discutir os conflitos internos sobre as presidenciais.

Antes do tiroteio, Biden estava profundamente empenhado em esforços para solidificar o apoio no Capitólio, no meio de reuniões com o caucus progressista e com o caucus New Democrat Coalition, de centro-esquerda. No entanto, esta última foi descrita como um “desastre” devido à postura combativa de Biden quando foi pressionado sobre os seus planos para reavivar a sua campanha.

Apesar de as sondagens já indicarem desde o ano passado que Biden tinha de correr atrás do prejuízo, a sua performance desastrosa no debate com Trump agravou a situação. O ex-Presidente tem agora a sua maior vantagem sobre qualquer candidato Democrata desde 2016 e três estados decisivos — Georgia, Nevada e Arizona — passaram de incertos para tendencialmente Republicanos.

O jornalista especializado em sondagens do New York Times, Nate Cohn, referiu mesmo numa entrevista recente que “não há precedente na memória recente de um Presidente com taxas de aprovação como Biden que depois vença a re-eleição”.

No entanto, o atentado a Trump mudou as prioridades do partido. O congressista Dean Phillips, que alegou estar preocupado com a eligibilidade de Biden, apelou à concentração na unidade nacional na sequência da tragédia, considerando que seria “anti-patriótico e sem princípios” criticar o Presidente nesta altura.

A maioria dos Democratas ouvidos pelo Axios consideram, contudo, que ainda é cedo para se saber se este cessar-fogo vai durar até à convenção no próximo mês, onde Biden deve ser formalizado como o candidato oficial do partido.

No entanto, um Democrata de topo na Câmara dos Representantes avança uma razão para esta aparente calmaria nos ataques ao Presidente: “Já nos resignamos todos a uma segunda presidência de Trump“.

Pelosi não atira a toalha ao chão

Se a resignação com a derrota parece ser o sentimento predominante entre os Democratas, há um nome de peso que ainda não desistiu de correr com Biden e tentar derrotar Trump: Nancy Pelosi.

Depois de ter rejeitado dar o seu apoio público à recandidatura de Biden, a ex-Presidente da Câmara dos Representantes está a puxar os cordelinhos nos bastidores para pressionar o chefe de Estado a abandonar a candidatura e passar o testemunho a alguém mais apto para vencer as eleições.

Um congressista Democrata preocupado com o efeito negativo que Biden pode ter no resto das corridas eleitorais avança que telefonou a Nancy Pelosi, que se mostrou “muito aberta” a ouvir estas inquietações e lhe deu a entender que é a favor do afastamento do Presidente.

De acordo com fontes ouvidas pelo Politico, Pelosi estará a jogar “xadrez 3D” e é a pessoa indicada para persuadir Biden a desistir, visto que ela própria — que, aos 84 anos, é mais velha do que Biden — decidiu abandonar a chefia dos Democratas na Câmara dos Representantes e deixar um candidato mais jovem, Hakeem Jeffries, suceder-lhe.

“A Nancy Pelosi tem o argumento mais forte. Ela afastou-se e passou o testemunho“, revela o conselheiro de um candidato Democrata.

Pelosi também poderá estar mais inclinada a ignorar o apelo à união e ter menos compaixão após o atentado a Trump, dado o historial pessoal entre os dois, desde o seu aplauso sarcástico após a declaração de Trump no Estado da Nação até ao seu rasgão teatral de uma cópia de um discurso do então chefe de Estado.

A ex-Presidente da Câmara dos Representantes também foi vítima de violência política em 2022, quando um apoiante de Trump invadiu a sua casa e atacou o seu marido com um martelo. Desde então, Trump já gozou várias vezes com a situação, chamando “louca” a Pelosi e dizendo que a “muralha em torno da sua casa” não fez um “bom trabalho” para impedir a entrada do intruso.

Após o desaire no debate de 27 de Junho, Pelosi não tem largado o telefone, na esperança de reunir mais pessoas influentes na tentativa de afastar Biden. Segundo o Politico, Pelosi terá dito que o legado de Biden não pode ser destruir o partido.

Por enquanto, os argumentos de Pelosi ainda não foram suficientes para persuadir o Presidente norte-americano. Resta-nos esperar para ver se haverá alguma surpresa na convenção Democrata, agendada para daqui a um mês.

Adriana Peixoto, ZAP //

10 Comments

  1. Para um cargo desta importância, 70 anos deveria ser a idade limite para o seu exercício. Se aos 60s já custa trabalhar, o que fará depois disso! E esse já vai a caminho dos 82. É demasiado! E vê-se que são 82 muito cansados. Há gente que tem essa idade e não está tão caduca… Ronald Reagan tinha quase 78 anos quando terminou o mandato. O Biden querer ficar no lugar até aos 86 anos é de louco!

  2. Para já, pelos sinais subsequentes que se vão verificando, o Trump ainda tem a parte superior da orelha, Que terá sido apenas perfurada, E não mostrou nenhuma perturbação auditiva daquele mesmo lado.
    Ora, estas duas consequências são incompatíveis com o efeito esperado, mesmo que rasante, de um disparo efectuado a menos de 150 metros, com uma arma daquele tipo, mesmo que com passagem rasante do projétil, quanto mais impactante/ perfurante. Primeiro, porque o choque hidrostático deveria ter-lhe desfeito pelo menos toda a metade superior da orelha. O que não aconteceu. E, segundo, no que à estrutura interna do ouvido concerne, a onda de choque provocada pela velocidade de um projéctil de grande calibre ao passar tão próximo ao ouvido, para mais desprotegido, teria que ter causado lesões internas, pelo menos incompatíveis com a frescura e descontração com que ele se mostra.
    Pelo que, ao ser um jovem republicano, de 20 anos, que rapidamente foi silenciado ( abatido) a estar envolvido no alegado atentado e tendo presente que houve sete disparos e só um morto com indícios compatíveis com o atingimento por arma do tipo da encontrada, para mim cresce a suspeita de ter sido montada uma grande peça de teatro; Trump vítima e Trump herói!… E assim se reescrevem os destinos do mundo!!!

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  3. Tu não sejas parvo, viste tão bem como os outros (na televisão) aquilo que se passou. Se és vesgo, compra óculos.
    Já se percebeu de que lado és, meu caro. E está tudo bem com isso. Mas o povo é que decide quem o representa, correto? 😉

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  4. Pela lengalenga deste “Tiro ou golpe de teatro?” parece inferir-se que foi o próprio Trump que feriu o outro indivíduo e matou o bombeiro. É uma risota com certos pacóvios armados em esquerdoides. Coitado do mundo com gentalha desta a gerir o seu destino.

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  5. Olha, Oliveira,
    Pelas deduções que fazes vê-se logo que não tens mais massa cefálica do que um símio de dois anos e meio. E que ainda ainda te falta muito para alcançares o mínimo critico dos 1.200cc para sequer começares a ter capacidade de entendimento destas questões. Pelo que em matéria de “pacóvio”, era melhor que te visses ao espelho. Mas, claro, até para te reconheceres precisarás de aumentar o esse teu tão escasso volume de massa cefálica. Porque realmente estás alguns degraus abaixo, porque és mesmo acéfalo!

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  6. Também desconfio de tanto teatro. E será mesmo que houve mortos ou apenas declarações não comprovadas. Sim, no teatro também se simulam mortes com pseudo-sangue visível.

  7. Trump quer o lugar , custe o que custar !……….Com tantos Processos que o podem levar a Julgamento e eventualmente Prisão , ser Presidente Eleito confere-lhe Imunidade Presidencial , dá un jeitão , não é ?

  8. KKKKK…
    Nós tb temos de levar com o velho gaga do Marcelo, né?!
    Se o Trump fizer o que diz… a Europa devbe cortar totalmente relações com os USA, comessando por devolver os militares e suas armas daqui para fora!!!
    Prefito de todo uma união com a actual Russia do que com uns USA de Trump!!!
    E sou CHEGA!!!

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