A senadora Kamala Harris anunciou esta terça-feira, dia 3, que deixou a corrida pela candidatura democrata nas eleições presidenciais de 2020.
Após uma campanha agitada, uma arrecadação de fundos dececionante e sem conseguir destacar-se entre tantos candidatos, Harris, de 55 anos, informou os seus apoiantes da decisão via e-mail. “A minha campanha para presidente simplesmente não tem as fontes de financiamento necessárias para continuar”, revelou.
Harris torna-se, assim, a primeira das figuras democratas a sair da disputa pela nomeação. Ou seja, formalizada a saída, vão permanecer 15 candidatos na corrida.
Após uma campanha promissora iniciada em janeiro, a ex-procuradora da Califórnia teve problemas nos últimos meses para definir a sua posição em vários assuntos internos do país. Harris era também a única mulher negra na disputa para enfrentar Trump.
“Não sou multimilionária, não posso financiar a minha própria campanha”, escreveu Harris. “E, à medida que a campanha avança, fica cada vez mais difícil arrecadar o dinheiro que precisamos para lutar”, completou.
Durante a sua campanha pelo estado de Iowa, Harris revelou que já havia tomado “uma das decisões mais difíceis” da sua vida “nos últimos dias”.
Quando entrou na corrida, Kamala Harris justificou a intenção de concorrer, escrevendo: “Eu amo o meu país e este é o momento em que sinto a responsabilidade de lutar por quem somos”, disse Harris, na sua declaração de intenção de candidatura, através das redes sociais. “Verdade, justiça, decência, igualdade, liberdade, democracia – estas não são meras palavras, são os valores que nós, americanos, apreciamos, e que agora estão em risco”, disse.
A candidata afirmou que a sua campanha focar-se-ia em questões como o custo de vida, as políticas de imigração, a justiça criminal e o sistema de saúde norte-americano. A senadora tem apelado a um acordo para proteger da deportação os imigrantes que foram trazidos para o país ilegalmente quando crianças, um grupo conhecido como Sonhadores.
Sob o slogan “para o povo”, Harris anunciou a sua candidatura num dia em que é feriado, em que se comemora a memória de Martin Luther King, ativista dos direitos civis.
Natural da cidade californiana de Oakland, é filha de pai jamaicano e mãe indiana (já falecida). Desde o início da sua carreira que acumulou títulos pioneiros. Após dois períodos como procuradora em São Francisco (2004-2011), cumpriu igualmente dois termos enquanto procuradora da Califórnia (2011-2017), tornando-se a primeira mulher, mas também a primeira pessoa negra, à frente dos serviços judiciais de um dos maiores e importantes estados dos EUA.
Posteriormente, chegou ao Senado, em janeiro de 2017, tornando-se na primeira mulher de origem sul-asiática e a segunda senadora negra na história dos Estados Unidos.
ZAP // Lusa