O ministro da Secretaria de Governo do Brasil enviou esta sexta-feira uma carta de demissão ao Presidente Michel Temer dias depois de alegadamente tentar usar o seu cargo para desbloquear uma obra embargada em Salvador, capital da Bahia.
Geddel Vieira Lima é o sexto integrante da equipa do chefe de Estado brasileiro a pedir demissão em seis meses de Governo.
Na carta de demissão, Geddel Vieira Lima alegou que deixaria o cargo porque não conseguia mais resistir às criticas que tem enfrentado depois de ter sido acusado de tentar usar o cargo de ministro para permitir a construção de um empreendimento imobiliário embargado.
“Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair. Diante da dimensão das interpretações dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso”, escreveu.
Geddel Vieira Lima é o sexto ministro a deixar o governo desde que Michel Temer assumiu a liderança do país em maio. Antes dele, caíram Romero Jucá (Planeamento), Fabiano Silveira (Transparência), Fábio Medina Osório (Advocacia-Geral da União), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Marcelo Calero (Cultura).
Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, demitiu-se na sexta-feira passada e, posteriormente, acusou Geddel de o ter pressionado para conceder a licença de construção do prédio de luxo localizado num bairro nobre de Salvador, que tinha sido embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por estar localizado numa área demarcada como Património Cultural da União. Os construtores queriam erguer 31 andares, mas o instituto só autorizou a construção de 13.
Esta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para investigar a conduta de Geddel Vieira Lima no episódio.
ZAP / Lusa