Demite-se ministro brasileiro acusado de pressionar colega para desbloquear obra

Valter Campanato / Agência Brasil

Ministro Geddel Vieira Lima será investigado pela Comissão de Ética da Presidência

Ministro Geddel Vieira Lima será investigado pela Comissão de Ética da Presidência

O ministro da Secretaria de Governo do Brasil enviou esta sexta-feira uma carta de demissão ao Presidente Michel Temer dias depois de alegadamente tentar usar o seu cargo para desbloquear uma obra embargada em Salvador, capital da Bahia.

Geddel Vieira Lima é o sexto integrante da equipa do chefe de Estado brasileiro a pedir demissão em seis meses de Governo.

Na carta de demissão, Geddel Vieira Lima alegou que deixaria o cargo porque não conseguia mais resistir às criticas que tem enfrentado depois de ter sido acusado de tentar usar o cargo de ministro para permitir a construção de um empreendimento imobiliário embargado.

“Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair. Diante da dimensão das interpretações dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso”, escreveu.

Geddel Vieira Lima é o sexto ministro a deixar o governo desde que Michel Temer assumiu a liderança do país em maio. Antes dele, caíram Romero Jucá (Planeamento), Fabiano Silveira (Transparência), Fábio Medina Osório (Advocacia-Geral da União), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Marcelo Calero (Cultura).

Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, demitiu-se na sexta-feira passada e, posteriormente, acusou Geddel de o ter pressionado para conceder a licença de construção do prédio de luxo localizado num bairro nobre de Salvador, que tinha sido embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por estar localizado numa área demarcada como Património Cultural da União. Os construtores queriam erguer 31 andares, mas o instituto só autorizou a construção de 13.

Esta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para investigar a conduta de Geddel Vieira Lima no episódio.

ZAP / Lusa

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