A britânica DEEP tem um plano que promete transformar a nossa vida a 180 graus, neste caso, como “do vinho para a água”.
A empresa promete construir uma rede global de bases subaquáticas habitáveis e aponta já para 2050 o primeiro nascimento subaquático num “dos últimos pontos cegos da humanidade”.
“Demos um passo atrás e percebemos que o oceano, e em particular o fundo do mar, era um dos últimos pontos cegos da humanidade”, confessou em janeiro Sean Wolpert, presidente da DEEP, à Euronews. “Conseguimos ver o que está nas profundezas do Espaço, conseguimos ver o que está próximo no Espaço e observar qualquer coisa no nosso espaço aéreo, em terra e na superfície do oceano, mas a área em que sentimos que havia uma grande desconexão, não só de uma forma tangível, mas também de uma forma pessoal, era entre a humanidade e o oceano”.
O objetivo não é apenas expandir o conhecimento científico do fundo do mar, mas também assegurar infraestruturas vitais, como cabos de Internet e condutas de energia.
A primeira base subaquática, Sentinel, está planeada para 2027. Localizada a 200 metros de profundidade, terá capacidade para seis pessoas e permitirá estadias até 28 dias. Mas já este ano, a empresa vai testar o Vanguard, num ambiente mais pequeno, a uma profundidade de 100 metros, com três tripulantes.
As duas estruturas serão construídas com recurso a tecnologia avançada de impressão 3D, capaz de suportar a pressão do mar através da aplicação de material adicional nas zonas mais críticas.
Mas as bases subaquáticas não serão utilizadas apenas para a investigação científica. Também vão vigiar infraestruturas submarinas críticas, numa altura em que as preocupações com a segurança de cabos submarinos fundamentais que transportam a ligação à Internet e os oleodutos e gasodutos estará cada vez mais ameaçada.
“Naturalmente, vai haver interesse [nestas bases] por parte das marinhas de todo o mundo. Uma das áreas mais disputadas é a das infraestruturas submarinas críticas. A grande maioria dos dados que consumimos passa por cabos submarinos”, reforça Wolpert. “Se se olhar para o transporte crítico de petróleo, de gás. Uma grande parte passa por condutas submarinas. Por isso, compreender, proteger, observar e ser capaz de manter essa infraestrutura crítica é de importância vital para as marinhas de todo o mundo, quer estejam no Oeste, Leste, Sul ou Norte.