Debra Milke foi declarada inocente após 23 anos no corredor da morte nos EUA

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Debra Milke com o filho Christopher

Debra Milke com o filho Christopher

As acusações contra Debra Milke, a alemã que passou 22 anos no corredor da morte no Arizona, foram levantadas esta segunda-feira, tornando-a na 151ª pessoa condenada à pena capital a ser inocentada em 40 anos nos Estados Unidos.

Debra Milke, de 51 anos, declarou-se inocente pela morte do seu filho de quatro anos, assassinado no final de 1989, no Arizona. Foi, no entanto, condenada à morte em outubro de 1990 com base num único testemunho de um investigador, que disse ter recebido a sua confissão.

A juíza Rosa Mroz declarou formalmente na segunda-feira a retirada das acusações, depois de a acusação ter perdido o último recurso no Supremo Tribunal de Justiça.

Debra Milke, libertada sob fiança em setembro de 2013, torna-se agora a segunda mulher no corredor da morte a ser inocentada nos Estados Unidos e a 151ª pessoa desde 1973, de acordo com os dados do Centro de Informação sobre a Pena Capital (DPIC).

Após 23 anos no corredor da morte, a sua condenação foi anulada há dois anos por um tribunal de recurso, devido à conduta “ultrajante” do investigador principal.

A 17 de março, o Tribunal Supremo do Arizona recusou-se a ouvir o recurso final do Ministério Público, com a juíza a retirar oficialmente todas as acusações na segunda-feira.

De acordo com o detetive “corrupto”, Armando Saldate, a mulher divorciada confessou ter contratado dois assassinos para matar o seu filho de quatro anos e, assim, receber o valor de um seguro.

No entanto, Debra Milke sempre negou que tal tivesse acontecido e nenhum registo ou qualquer outro testemunho corroborou estas alegações, de acordo com um comunicado do DPIC, que denunciou a atitude do polícia e acusou “os procuradores do Arizona de má conduta em metade dos casos de pena capital”.

Dois homens, Jim Styers e Roger Scott, declaram-se culpados e foram condenados à morte pela morte da criança, encontrando-se agora no corredor da morte.

A 2 de dezembro de 1989, Debra Milke aceitou que o seu colega Styers acompanhasse o seu filho ao centro comercial para ver o Pai Natal.

De acordo com o tribunal, Styers, acompanhado pelo amigo Scott, conduziu “o rapaz para uma ravina isolada nos arredores da cidade onde atingiu Christopher com três balas na cabeça”.

/Lusa

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