Conversa tensa, como já se esperava, mas muito marcada por eventuais acordos e menos por ideias. Montenegro pode ter convencido indecisos.
Era o debate mais aguardado à direita, para as legislativas de Março, mas foi uma conversa com poucas propostas abordadas ou aprofundadas.
Luís Montenegro e André Ventura estiveram na RTP, na noite passada, num ambiente com acusações constantes (mais de Ventura) e em que o assunto predominante não foi qualquer proposta para a próxima legislatura.
Muito impulsionado pelo moderador João Adelino Faria, que insistiu no assunto, os primeiros 17 minutos – quase metade do debate – só tiveram um assunto: o que vão PSD e Chega fazer ao olhar para os resultados do dia 10 de Março?
Montenegro repetiu que a AD não vai fazer qualquer acordo com o Chega, e que só pensa na vitória; mas não disse o que fará se o PS vencer com maioria relativa. Ventura insistiu que o Chega está disponível para conversar, mas não esclareceu o que vai fazer com um eventual Governo de maioria relativa da AD, perante o “não é não” de Montenegro.
O líder do Chega está confiante, com base nas sondagens que colocam o seu partido próximo dos 20%. Mas o presidente do PSD disse que Ventura está “distraído”, já que as últimas sondagens colocam a AD na frente, “com margem cada vez maior”.
Ainda dentro do jogo de alianças políticas – do futuro e do passado – Luís Montenegro terá surpreendido André Ventura quando disse que Ventura, quando ainda apoiava o PSD, comentou que o melhor líder dos sociais democratas seria precisamente Montenegro. O líder do Chega disse que não se lembra e acrescentou que, se sugeriu isso, “estava meio confundido”; mas em 2018 afirmou mesmo: “Tenho dito que o dr. Luís Montenegro é agora a única solução e não pode virar as costas ao PSD nesta altura”, numa entrevista ao jornal i.
Voltando a 2024, André Ventura começou cedo com os seus ataques. Não retirou a expressão “prostituta política” que atirou no dia anterior (sobre o PSD), disse que o PSD vai “saltar para o colo” do PS se os resultados eleitorais o justificarem. Chamou a Montenegro “o idiota útil da esquerda“, porque “esta direita é a esquerda de que a direita gosta, que nunca se coliga com ninguém”. São excertos que podem convencer alguns eleitores, sobretudo os que já pensavam em votar no Chega; embora dificilmente tenha convencido eleitores inclinados para AD.
Luís Montenegro – que ainda se “aguentou” durante os primeiros minutos, durante os quais nunca interrompeu os ataques do adversário – terá convencido outros eleitores, talvez alguns indecisos, com a sua postura mais tranquila e directa aos assuntos (mais no início do que no fim). E com números: logo no início do debate, analisou o programa eleitoral do Chega e avisou que as propostas do partido de Ventura representam 9,3% do PIB nacional. “Se fosse levado a sério, seria igual ao de José Sócrates e teríamos de pedir ajuda externa, uma bancarrota inevitável”, avisou o presidente do PSD.
Quando chegaram à mesa outros (poucos) assuntos, o primeiro foram os protestos recentes dos agentes de PSP e GNR. Luís Montenegro acha que é irresponsável o que o Chega propõe: as forças de segurança terem filiação partidária e direito à greve: “Coloca em causa a autoridade das forças de segurança, que ainda piora. É inaceitável”. André Ventura fala em “traição” do PSD – que não se comprometeu a equiparar o subsídio da PJ às restantes forças de segurança: “É um descaramento, espezinhou estes homens”.
Depois era suposto falar sobre corrupção e sobre pensões – mas houve mais interrupções do que troca útil de ideias. O líder do PSD acha que há muita coisa a fazer na corrupção; reduzir a burocracia, maior transparência, regulamentar o lobbying e criminalizar o enriquecimento ilícito são prioridades na corrupção. O líder do Chega reforçou que consegue arrecadar 20 mil milhões de euros nesse combate, que se faz “acelerando os mecanismos de apreensão e confisco de bens” – mas Montenegro avisou: “Achar que é o confisco de bens que vai combater a corrupção é uma coisa do outro mundo”.
Nas pensões, Montenegro avisou que a proposta para as pensões do Chega – equiparar todas as pensões mínimas ao salário mínimo – custa “9 mil milhões de euros e não temos dinheiro para isso”; e avisou que as ideias do adversário não são realistas. Ventura defendeu que colocar as pensões ao nível do salário mínimo custam “7% do PIB”, o que seria “perfeitamente fazível para dar aos nossos idosos uma vida melhor”.
Fora deste debate ficaram os oito anos de Governos PS. Mas, no fim, ambos disseram que o adversário de AD e do Chega é o PS.
No global, neste encontro inédito (e com 39 minutos, mais longo do que todos os outros até agora), Luís Montenegro esteve claramente melhor, segundo o jornal Expresso. O líder da AD foi “mais eficaz” do que o presidente do Chega. Ventura tentou impor-se mas não conseguiu, nem nos seus assuntos preferidos; Montenegro teve momentos em que nem levou Ventura a sério, tentando minimizar o adversário e o Chega no geral. André Ventura ganhou num aspecto: no número de papéis que levou para a mesa, como escreve Martim Silva.
Debate muito interessante, onde foi possível ver um esmagamento segundo o nosso jornalismo avençado pelo sistema.
Depois de ouvir o avençado Bogalho (escutas do defunto CDS), dizer que o Ventura foi esmagado, compreendo por que razão o CHEGA vai ter perto de 1.000,000 de votos, de muitos jovens e muitos trabalhadores honestos deste país. Neurónios precisam-se na TV com urgência. Senhores comentadores parem de comer gelados com a testa sff, o povo não entende a vossa cultura “woke”.
Foi desagradavelmente desconcertante assistir ao triste espetáculo com que, uma vez mais – e para não variar – André Ventura nos brindou, pelo respeito que nos tem. Ocorrem-me os mais diversos e ajustados adjetivos depreciativos, mas nem vou usar nenhum deles, porque todos seriam escassos para caracterizar a sua degradante atuação.
A falta de respeito manifestamente exposta, não só pelo adversário e todos os que assistuam ao debate, mas essencialmente por si próprio, confirmam que quem não se respeita, não consegue respeitar.
Não havia necessidade.
Com educação e civismo, facilmente teria ganho o que acabou a perder, o debate.
O seu programa é altamente tóxico, impraticável e mesmo risível (para não chorar), mas a inteligência e argúcia que apesar do disparate o acompanharam em duas ou três questões que apontou, teriam arrasado Montenegro.
Assim, só conseguiu colocá-lo à defesa, não obstante alguns visíveis sobressaltos, nomeadamente quando desmascarado com o assunto das reformas que, ao contrário de aumentar, tem intenções de cortar, como é apanágio da direita.
Enfim, é uma pena, mas é “isto”.
Vale-nos o consolo de que “isto” não é tudo.
@lucinda ainda não percebi em que aumentar pensões, os policias terem direito a greve, controlar a imigração etc.. isso é tóxico. Já sabemos que possuí um grande poder de profecia, tal como os seus camaradas do expresso/SIC mas não acha estranho 50 anos de PS e PSD e continuamos na cada da Europa e os nosso jovens continuarem a emigrar. Ainda não percebeu que Portugal está cheio de boy’s do PS e PSD que chefiam sectores chave da sociedade controlando e manipulando os média para que esta “democracia bimonárquica” não sai fora da esfera e lobby’s destes dois partidos.
Primeiro debate que vi, o moderador pura e simplesmente teve pura e simplesmente horrível, não conseguiu desempenhar a sua função, os candidatos pura e simplesmente atropelaram-se constantemente um ao outro.
Gostei mais do desempenho do André Ventura mas ainda estou a ponderar em quem irei votar,,,, tenho que ver mais alguns debates e espero simplesmente que com um moderador com mais pulso.
Aonde chega o facciosismo desta trauliteira infeliz e ilusionista, de nome Lucida. Com que então quer cortar nas reformas?! Porque não consegue ser honesta e verdadeira? A cegueira ideológica tolda-lhe o espírito. O PS teve sempre essa mania de falar para gente incauta e de raciocínio escasso, o povo mais pobre, diga-se, ou aquele que não tem mas quer ter à custa do parasitismo do Estado. Cortar é aquilo que o PS há, pelo menos oito anos, anda a fazer ao povo português. Uma governação desgraçada que, ineditamente, caiu com maioria absoluta, depois de mais uma dúzia dos seus membros ter fugido do governo, por corrupção ou incompetência. Até no Palácio de S. Bento havia 75000, escondidos. Não pode valer-se da ignorância de um certo extrato social, que é afinal, aquele que mais vota no PS. Por favor faça um esforço para não apregoar patetices sem sentido . Tente fazer esforço para se conter no ilusionismo xuxa e fazer jus a alguma dignidade e honestidade.
Justa, sobretudo na CNN onde têm lá duas xuxalheiras freféticas e um Anselmo Crespo, que estão a fazer o papel de retribuição ao PS pelo dinhero que têm recebido do governo. Chama-se a isto corrupção e jornalismo de retrete.
Acho incrível alguém que pondere votar no Chega. Um partido completamente antidemocrático e antagónico aos ideais de liberdade, de equilíbrio social. Ao que chegámos neste país, fruto de maus políticos e políticas (temos mesmo demasiados maus políticos) levando ao surgimento deste AV, um comentador pro de arremessos, um cata-vento nato, oportunista de opinião e maldizer. Votem nele que eu não votarei garantidamente.
Lucinda. Baixar as reformas?! Você é apagada, miserável ou analfabeta?! Invemtar parece que sabe, mas não pode fazer dos outros parvos. A personalidade e a decência têm limites mínimos. A sua treta, parece mais coadunar-se com a sua criancice.
Fernandes, você deve ser daqueles que ainda acredita no pai natal….
Fernandes e restantes com o mesmo comentário.
A afirmação de que a AD tem como objetivo baixar o valor das reformas, e não aumentar. não é da minha autoria (embora nada me custe acreditar).
Foi André Ventura quem, no debate e olhos nos olhos, confrontou Luís Montenegro com essa afirmação e, se viram o debate e ouvem bem, Montenegro não o negou.
São uma tristeza os vossos comentarios, e a vossa delicadeza, em tudo semelhante à do ” polido” André Ventura.
Percebe-se porque se gostam tanto. São o testo e a panela.
A mesma decência, o mesmo grau de civismo, e a mesma postura de “trabalhar faz calos”.
Nem ele leu o programa do seu partido, inundado de disparates e erros, nem vcs. sequer se dão ao trabalho de ver e ouvir o que ele diz, e tampouco de ler os comentários, antes de botarem faladura. A prova disso são os disparates das respostas, tortas e enviezadas.
Tratem-se, eduquem-se e parem de fazer essas figurinhas de quem acabou de regressar das cavernas.
Deixem esse papel para o Nuno da Câmara Pereira, e para o vosso líder político. Calados seriam poetas.
Lucinda, já lhe pedi para tirar as palas, mas pelos seus comentários, vejo que isso será impossível, dado estar agarrada ao seu “querido” , mas muito incompetente, mentiroso e caloteiro PNS, pois quem diz que Portugal não deve pagar aos Banqueiros Alemães e Franceses, que fizeram o favor de emprestar dinheiro a Portugal depois de outro xuxalista JS ter levado Portual à bancarrota.
Carlos Mota,
Educação já vimos que não tem, e pelos vistos inteligência e conhecimento também não é o seu forte.
Gente como você, vai atras do populismo e não do realismo.
Tire você as palas e trate de ganhar um pouco de educação.