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Noite dos Óscares em revista: A bofetada de Will Smith e a derrota da Netflix para “Coda”

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O momento em que Will Smith esbofeteou Chris Rock.

O momento em que Will Smith esbofeteou Chris Rock.

O óscar de melhor filme foi para “Coda” e Will Smith levou o galardão de melhor ator. No momento mais insólito da noite, o ator esbofeteou o comediante Chris Rock.

Will Smith conquistou o Óscar de Melhor Ator, pelo desempenho no filme “King Richard”, na 94.ª edição dos prémios da Academia de Hollywood, que decorreu na noite passada em Los Angeles.

Os candidatos a melhor ator eram Javier Bardem, por “Being The Ricardos”, Benedict Cumberbacth, por “O Poder do Cão”, Andrew Garfield, por “Tick, Tick… Boom!”, Will Smith, por “King Richard”, e Denzel Washington, por “The Tragedy of Macbeth”.

O ator protagonizou ainda o momento mais insólito e inesperado da noite ao esbofetear o comediante Chris Rock. O público inteiro ficou sem perceber se o momento era real ou se não passava de uma mera encenação, mas ao que tudo indica, a raiva de Will Smith terá sido mesmo genuína.

A revista Variety escreveu que Chris Rock não tenciona avançar com uma queixa contra Smith.

Na origem do conflito esteve uma piada do comediante norte-americano sobre a esposa de Will Smith, Jada Pinkett Smith, que recentemente decidiu rapar a cabeça, assumindo o seu problema de queda de cabelo.

Chris Rock comparou a atriz a “G.I. Jane”, numa alusão ao filme de 1997 protagonizado por Demi Moore. Foi então que Will Smith se levantou da cadeira, dirigiu-se ao palco, esbofeteou o comediante e voltou ao seu lugar.


“Mantém o nome da minha mulher longe da porra da tua boca”, gritou repetidamente Will Smith, para espanto do público.

Em palco, Rock tentava minimizar a situação. “Will Smith acabou de me dar ‘uma boa'”, afirmou, acrescentando que aquele tinha sido um momento para “a história da televisão”.

O ator, ao receber o Óscar de Melhor Ator, pediu desculpa à família das tenistas Venus e Serena Williams, na base do filme que lhe deu o prémio, depois de ter agredido Chris Rock.

“A vida imita a arte e eu tornei-me um pai louco, como o meu personagem”, disse Will Smith, ao receber o Óscar de Melhor Ator, pelo desempenho em “King Richard”, filme centrado na família das tenistas Venus e Serena Williams, e na determinação do seu pai, Richard Williams, em formar campeãs.

“Espero que a Academia volte a convidar-me”, acrescentou Will Smith, minutos depois, mas sem incluir o comediante no pedido de desculpas.

Durante o discurso, em lágrimas, o ator pediu desculpa à Academia e aos nomeados, e tentou justificar o seu comportamento, mas sem falar diretamente da agressão.

“Richard Williams foi um corajoso defensor da sua família”, disse, numa referência ao pai das irmãs Williams, papel que desempenha e lhe deu o Óscar.

“Neste momento da minha vida, estou dominado pelo que Deus me destina a fazer no mundo”.

“Por vezes, é preciso aturar insultos, e é preciso continuar a sorrir e a dizer que está tudo bem”, acrescentou o ator.

Will Smith mencionou igualmente o ator Denzel Washington, que o tentou acalmar, lembrando-lhe que, “no momento mais alto, é quando o diabo nos tenta”.

A emissão televisiva, que corria com ‘delay’, teve um corte de alguns minutos, durante grande parte dos acontecimentos, a que se seguiu um intervalo publicitário, mas pôde ser vista em algumas plataformas e depressa as imagens em causa chegaram às redes sociais.

Nestes vídeos, também é possível ver Denzel Washington e Tyler Perry a tentarem acalmar Will Smith.

A apresentadora Amy Schumer retomou a emissão, brincando com o tempo que tinha demorado a mudar de vestido: “Escapou-me alguma coisa?”, perguntou.

“Coda” derrota Netflix

“Coda” conquistou o Óscar de Melhor Filme, na 94.ª edição dos prémios da Academia de Hollywood, que decorreu esta noite em Los Angeles.

A cineasta neozelandesa Jane Campion recebeu o Óscar de Melhor Realização por “O Poder do Cão”. O seu filme liderava as nomeações, competindo em 12 categorias.

“Dune” conquistou os óscares de Melhor Cinematografia, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Som, Melhor Banda Sonora Original, Melhor Montagem e Melhor Direção de Arte. O filme dirigido por Denis Villeneuve somou assim seis óscares, dos dez para os quais foi nomeado.

O óscar de melhor atriz foi para Jessica Chastain, pelo desempenho no filme “The Eyes of Tammy Faye”.

Os óscares de melhores atores secundários foram para Ariana DeBose, pelo desempenho em “West Side Story”, e Troy Kotsur, pelo desempenho em “Coda”.

“Drive my Car” (“Conduz o meu Carro”), do Japão, venceu o Óscar de Melhor Filme Internacional.

“Summer Of Soul”, de Ahmir Khalib Thompson, conquistou o Óscar Melhor Documentário em longa-metragem

Os óscares de Melhor Argumento Original e Melhor Argumento Adaptado foram, respetivamente, para Kenneth Branagh, por “Belfast”, e Sian Heder, por “Coda”.

Os vencedores contam também com “Encanto”, de Jared Bush, Óscar de Melhor Longa-Metragem de Animação, e “The Windshield Wiper”, como Melhor Curta-metragem de Animação.

O Óscar de Melhor Guarda Roupa foi entregue a Jenny Beavan, pelo filme “Cruella”, batendo o luso-canadiano Luís Sequeira, nomeado nesta categoria pelo filme “Nightmare AlleyBeco das Almas Perdidas”, do realizador mexicano Guillermo del Toro.

Os outros óscares já entregues foram para “The Long Goodbye”, Melhor Curta-Metragem, “The Queen of Basketball”, Melhor Documentário em Curta-metragem, e “The Eyes of Tammy Faye”, Melhor Caracterização.

Durante a cerimónia, foi cumprindo um minuto de silêncio de apoio ao povo da Ucrânia, com apelo à ajuda humanitária.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Sou um grande fã do Will Smith, mas esta atitude é ridícula e inacreditável, infantil até, mas estranhamente os media deram pouca importância, eu respeito todas as raças por igual e todos merecem respeito, mas imaginem se tivesse sido um ator branco, o Tom Cruise ou por exemplo o Johnny Depp a ter uma atitude destas, ui meu deus, não quero nem imaginar…

  2. Mas qual é a atitude que merece reparo? Eu acho que o Will fez bem porque, num acontecimento como a cerimónia dos óscares, haver alguém capaz de, a qualquer título, brincar com um problema de saúde da mulher de um colega, ambos presentes, é muito baixo e a cena que ele representou era digna de outro óscar. Anda aí muito boa gente a precisar de um tratamento igual. Chamam a isto liberdade de expressão?

    • Fez bem para quem vive na selva e não tem capacidade para viver em sociedade….
      O Will Smith agrediu o apresentador o que é CRIME e, a agressão foi vista por milhões.
      Tu és contra a liberdade de expressão, mas a favor da liberdade de agressão… boa viagem para a Idade Medieval…

      • As mulheres sempre responderam com um estalo a um fulano que lhes diz coisas muito desagradáveis.
        Se um fulano com 1.90 m deixa aquele lingrinhas “na mesma”, então foi porque bateu como uma mulher franzina. Quanto ao Medieval, quando uma criatura se atreve a tratar por “Tu” quem não conhece de lado nenhum, talvez seja de identificar fisicamente o autor desses ditos e dar-lhe um correctivo digno de respeito, que esse tal, que se acha o juíz(a) de tudo e de todos e que procura espezinhar verbalmente quem lhe apetece talvez mereça.

      • As mulheres sempre responderam com um estalo a um fulano que lhes diz coisas muito desagradáveis.
        Se um fulano com 1.90 m deixa aquele lingrinhas “na mesma”, então foi porque bateu como uma mulher franzina. Quanto ao Medieval, quando uma criatura se atreve a tratar por “Tu” quem não conhece de lado nenhum, talvez seja de identificar fisicamente o autor desses ditos e dar-lhe um correctivo digno de respeito, que esse tal, que se acha o juíz(a) de tudo e de todos e que procura espezinhar verbalmente quem lhe apetece talvez mereça.

    • Realmente foi demasiado teatral … acho que ele poderia ter exigido (ao microfone) que C.R. pedisse desculpa à visada, se recebesse um “não” ou “porquê”, então sim, explicaria de forma física. Os homens sempre serviram para isso. Se nem para isso servem, mais vale acumular bancos de esperma (promissores) e despachar essa coisa horrível que é a masculinidade. Sim, é essa a nova pregação

      • Pedir desculpa por uma piada insignificante? Hahahaaaaa…
        “Exigir”?
        “Explicar de forma física”?
        Bem… de que caverna saíste?!

      • Oh Eu! é insignificante para ti, mas não é insignificante para quem padece da doença. Gozar com os males dos outros não é liberdade de expressão, mas sim falta de respeito, algo que faz muita falta nos dias de hoje! Não quero com isto dizer que isso justifica a agressão, mas às vezes perde-se a paciência quando se “bate” sempre na mesma tecla (e para o Will Smith repetir várias vezes para tirar o nome da mulher da boca, é porque essa piada provavelmente já tinha sido repetida vezes sem conta anteriormente).
        Antigamente recebíamos reguadas dos professores quando nos portávamos mal, hoje, “ai daquele que bate no filhinho(a)”. O facto é, que as gerações mais antigas, na grande maioria, tem muito mais respeito pelo próximo do que as gerações actuais, que inclusive faltam ao respeito aos próprios progenitores.

      • Mas, o Will Smith sofre dessa doença??
        Liberdade de expressão é tudo; quem não quiser estar sujeito ao escrutínio mediático que não apareça em publico – se aparece só tem que se sujeitar… e o Will Smith vai aprender isso da pior forma…
        Se ele não sabe viver numa sociedade civilizada, que abdique dos milhões e vá viver para selva…

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