Os cursos superiores que sejam procurados pelos alunos acabados de terminar o secundário com as notas mais altas poderão aumentar o número de vagas em “pelo menos 5%” já no próximo ano letivo.
De acordo com o jornal Público, que avança a notícia, os cursos em questão serão aqueles procurados por “candidatos com classificação média igual ou superior a 17 valores”.
A medida que também tem em conta as universidades e politécnicos de Lisboa e do Porto figura como uma recomendação dada por um grupo de trabalho nomeado pelo Governo, a quem cabe a responsabilidade de preparar as novas regras de acesso ao ensino superior e cujo documento será enviado às instituições nos próximos dias, esclarece ao mesmo jornal o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro.
Cursos como o de Engenharia Física Tecnológica, Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada e Computação (do Instituto Superior Técnico e Universidade de Lisboa) ou Engenharia e Gestão Industrial e Bioengenharia (na Universidade do Porto) poderão aumentar as respetivas vagas já no próximo ano letivo, se o Governo acatar a recomendação do grupo de trabalho.
A ideia do grupo de trabalho nomeado pelo Governo foi “não desaproveitar a capacidade instalada” em áreas que têm muita procura e um potencial estratégico para o país. Esta chamada de atenção já tinha sido feita pelo Ministro das Finanças, Mário Centeno, que tinha considerado que o corte de vagas em Lisboa e no Porto tinha tido “mau resultado para a qualidade da despesa pública”.
“É uma capacidade instalada que o país tem de formação e que vai ser menos aproveitada, já que foram reduzidas as vagas nesses cursos”, sublinhava o governante.
Em 2018, 39 licenciaturas ou mestrados integrados tiveram notas de ingresso superiores a 17 valores na primeira fase do concurso nacional de acesso — destes apenas nove não se encontram em Lisboa e no Porto. Este ano o concurso arranca já a 17 de julho, sendo que os estudantes vão poder candidatar-se até 6 de agosto.
