Investigadores da Oregon State University-Cascades descobriram uma ligação fascinante entre a microbiota dos lobos e a potencial cura para as doenças gastrointestinais dos cães.
Os cães modernos, descendentes de lobos cinzentos selvagens, sofreram alterações dietéticas significativas desde a sua domesticação. Enquanto os lobos consomem predominantemente carne crua, os cães têm agora uma dieta mais variada que inclui frequentemente alimentos processados e ricos em hidratos de carbono.
Esta mudança na dieta levou a adaptações no microbioma intestinal, contribuindo para o aumento da incidência de doenças inflamatórias intestinais em cães, explica o site Big Think.
O foco do estudo foi a espécie de bactéria Paenibacillus encontrada em lobos, particularmente o seu papel no auxílio à digestão de carne de carcaça. Esta bactéria produz antimicrobianos, antibacterianos e antifúngicos benéficos para a saúde geral do lobo, reduzindo a presença de bactérias nocivas como a E. coli e reforçando o sistema imunitário.
O desafio reside em abordar a mudança na dieta canina e o seu impacto no microbioma intestinal. A equipa de cientistas identificou uma estirpe de Paenibacillus, denominada ClWae2A, recolhida de um lobo acabado de matar. Esta estirpe mostrou características promissoras, codificando enzimas valiosas para a digestão de hidratos de carbono e contribuindo para o metabolismo energético de animais como os cães.
Os investigadores propõem que esta estirpe específica de Paenibacillus possa ser aproveitada para criar um prebiótico ou probiótico eficaz, revolucionando potencialmente a abordagem ao tratamento das doenças inflamatórias intestinais caninas.
Os tratamentos tradicionais envolvem mudanças na dieta, antibióticos ou medicamentos anti-inflamatórios, muitas vezes acompanhados de despesas com cuidados veterinários.
Esta descoberta poderia não só melhorar o bem-estar de inúmeros companheiros de quatro patas, mas também aliviar os encargos financeiros dos donos de animais de estimação.
