Cuidados intensivos preocupam e preveem-se 400 internamentos em fevereiro

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Caroline Blumberg / EPA

A Comissão da Resposta Nacional em Medicina Intensiva alerta para a ação imediata dos hospitais para se precaverem quanto ao aumento dos internados em cuidados intensivos.

A cada boletim diários da Direção-Geral da Saúde (DGS), a situação parece agravar-se gradualmente. Ainda esta segunda-feira, a incidência subiu e o número de internamentos aumentou, tanto no total como nas unidades de cuidados intensivos (UCI).

Esta sexta-feira, o relatório de monitorização das linhas vermelhas, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), alertou para um aumento de 12% de doentes em UCI em relação à semana anterior.

“Há previsões que indicam que podemos chegar até aos 400 internamentos no mês de fevereiro”, antecipa o coordenador da Comissão da Resposta Nacional em Medicina Intensiva (CARNMI) em declarações ao Diário de Notícias.

“É necessário que os hospitais se comecem a preparar para essa altura, para que tenham todas as camas de medicina intensiva abertas. Se não, a consequência é rebentar-nos outra vez uma bomba na mão. E à 5.ª vaga da doença não podemos continuar a cometer os mesmos erros, queremos acreditar que se aprendeu alguma coisa”, acrescentou.

João Gouveia alerta que há um elevado número de camas nos cuidados intensivos que foram desativadas com o regresso de alguns profissionais aos serviços de origem. Como tal, “é fundamental que os hospitais se preparem atempadamente para os cenários de maior risco”.

Aliás, o coordenador da CARNMI salienta que os hospitais já deviam ter começado a colocar estas camas disponíveis.

“É preciso contratar recursos, treiná-los e comprar o equipamento que falta”, avisa João Gouveia, explicando que, caso contrário, “quando a bomba nos rebentar na mão, a responsabilidade será deles”.

Face a isto, na região de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, nas últimas semanas já passou das 44 camas para as 57, salienta o DN. O objetivo é chegar às 99 até ao final da semana.

No Norte, por sua vez, há 61 camas e o coordenador regional, José Artur Paiva, diz “não haver razão para aumentar”. Nesta região, a preocupação é maior quanto às camas não-covid.

“A taxa de ocupação das camas não-covid está acima dos 85% e, por vezes, dos 90%”, disse José Artur Paiva. Enquanto isso, a ocupação das camas dedicadas à covid-19 anda “na ordem dos 60%”.

Daniel Costa, ZAP //

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