Cubano usa preservativos para fazer vinho

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“Quem não tem cão, caça com gato.” O ditado português aplica-se perfeitamente ao povo cubano que é também, conhecido pela capacidade de improviso e o produtor de vinho Orestes Estévez é um bom exemplo disso. Ele usa preservativos para fazer fermentar o seu vinho.

Num país onde as matérias-primas e muitos produtos continuam a faltar, muito por culpa do embargo económico decretado a Cuba pelos EUA há mais de 50 anos, Orestes Estévez viu-se obrigado a recorrer a preservativos para assegurar a eficácia do processo de fermentação dos seus vinhos caseiros.

“Quando ponho o preservativo no gargalo da garrafa, faço um furinho na ponta e ele começa a levantar-se, como um homem, fica teso. Quando pára, cai e não há nada que o levante outra vez”, relata Orestes Estévez em declarações divulgadas pela Euronews.

Trata-se de um processo eficaz e barato que substitui válvulas e outros apetrechos mais sofisticados (e mais caros) e que permite ter a certeza de quando o processo de fermentação acaba e deixa de haver gases no líquido – os preservativos encolhem-se e o vinho está pronto para engarrafar.

Orestes Estévez faz vinho há décadas em Havana, mas só legalizou a sua adega em 2000, aproveitando a onda de reformas de Raúl Castro que permitiu o florescer de vários negócios privados.

O homem de 65 anos trabalha com a mulher e o filho num verdadeiro negócio de família, vendendo vinhos feitos de uvas cubanas, de frutas tropicais e até de legumes, a consumidores privados e a restaurantes de Havana.

Cada garrafa de vinho custa 10 pesos cubanos (cerca de 40 cêntimos), o que é um preço muito apetecível, especialmente quando uma garrafa de um vinho importado de Espanha ou da Argentina, por exemplo, custa cerca de 8 dólares (mais de 7 euros) nas lojas estatais.

Se contarmos que o salário médio em Cuba é de 25 dólares (pouco mais de 23 euros), quem quiser apreciar um pouco de vinho, só pode mesmo virar-se para a produção caseira de Orestes Estévez.

A adega deste cubano é já uma atracção turística em Havana e a série web “Así se Hace”, que tem um cunho documental e que é apresentada pela actriz e modelo Edenis Sánchez, já foi lá fazer uma visita, mostrando este negócio de família por dentro.

SV, ZAP //

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3 Comments

    • Pelo contrário são lá postos com todo o conteúdo do primeiro serviço o que dá mais garantias de melhor fermentação, possivelmente vai passar a vender vinho em preservativos o que irá ter melhor venda ainda sobretudo na clientela feminina.

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