O CRISPR é uma ferramenta de edição de ADN que está a mudar a vida como a conhecemos, desde os alimentos à saúde.
Estávamos em 2020 quando o Prémio Nobel da Química premiou as duas cientistas, Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier, que desenvolveram o CRISPR, uma ferramenta capaz de editar o ADN, os blocos de construção que compõem os seres vivos.
O estudo que relatava a descoberta do ferramenta já tinha sido publicado em 2012, mas foram precisos oito anos até que a inovação fosse galardoada.
Pode olhar para ela como uma espécie de “tesoura microscópica” que consegue mudar parte do código genético de uma célula. Por exemplo, pode “cortar” uma parte específica do ADN, fazendo com que a célula produza ou não determinadas proteínas.
Os investigadores já andavam atentos ao CRISPR desde os anos 80. Na natureza, é um mecanismo de defesa molecular que as bactérias utilizam para detetar e destruir o ADN de um vírus invasor, explica a BBC Science Focus.
Quando uma bactéria é infetada, a “tesoura” corta e cola um segmento do ADN do vírus e insere-o no seu próprio genoma. Isto treina o sistema para reconhecer esse ADN e destruí-lo. A grande descoberta ocorreu quando as cientistas isolaram as enzimas específicas e o ARN que constituem a tesoura genética.
O seu potencial é virtualmente infindável. Desde o seu surgimento, o CRISPR tem ajudado no desenvolvimento de novas terapias contra o cancro e tem alimentado o sonho de curar doenças hereditárias.
Ao direcionar a enzima Cas9 para uma sequência específica de ADN, é possível cortar e modificar genes defeituosos ou indesejados, substituindo-os por versões corrigidas. Isto poderia corrigir mutações genéticas responsáveis por doenças hereditárias, como fibrose cística, distrofia muscular, anemia falciforme e muitas outras.
Embora ainda seja uma tecnologia em desenvolvimento, o facto é que, apenas cerca de dez anos após a sua descoberta, o CRISPR está a salvar vidas. As primeiras terapias CRISPR para doenças sanguíneas poderão ser aprovadas já este ano.
Em teoria, quase todas as doenças com uma componente genética podem ser tratadas com o CRISPR. Cegueira, cancro, diabetes e VIH/SIDA têm sido objetos de investigação científica com este propósito.
O CRISPR pode também ter várias aplicações no campo das vacinas. Primeiramente, pode ser para desenvolver vacinas mais eficazes. Ao permitir a edição genética precisa, os cientistas podem modificar antigénios específicos de um patógeno para aumentar a resposta imunitária.
Outra forma é através do desenvolvimento de vacinas de ADN ou ARN. A tecnologia pode ajudar a melhorar a estabilidade, a expressão e a entrega dessas vacinas, permitindo uma resposta mais forte e duradoura.
O CRISPR tem ainda o potencial de afetar significativamente a alimentação e a agricultura através de várias aplicações.
A “tesoura microscópica” pode ser utilizada para desenvolver culturas aprimoradas, com maior rendimento, resistência a doenças, tolerância à seca e valor nutricional. Ao editar com precisão o ADN da planta, os cientistas podem introduzir ou modificar genes específicos responsáveis por estas características desejadas.
O CRISPR pode também ajudar a desenvolver plantas resistentes a doenças e pragas, reduzindo a necessidade de pesticidas químicos e aumentando a resistência das culturas.
Outro potencial uso é aumentar o prazo de validade de frutas e legumes, reduzindo o desperdício alimentar e melhorando a eficiência do armazenamento e do transporte.
Já fazem algo idêntico com os GMOS e o resultado é desastroso! Parem de alterar a nossa natureza que foi modificada ao longo centenas de anos.
A Natureza está sempre a mudar por si própria. Por exemplo, os vírus e as bactérias mudam naturalmente. Tanto assim é que as bactérias «aprenderam» a resistir aos antibióticos. Então não vejo porque não intervirmos com inteligência nessas mutações para proveito da humanidade, reduzindo o sofrimento a milhões de crianças , jovens e adultos. Viva a inteligência.
Se o proveito for para toda a humanidade, ok, mas infelizmente o que temos assistido é um proveito destas tecnologias em prol dos grandes grupos farmacêuticos e outros tais, e a probabilidade desta tecnologia ser “mal” utilizada é enorme, haja cuidado e legislação séria acerca deste tipo de tecnologias.
A lista de material é de uma ditadura completa de servos perfeitos m
Mal de nós se não evoluíssemos no campo da genética para tentar terminar com doenças graves e/ou incapacitantes. Todavia, a falta de ética e tudo o que remova esta grande premissa, deixa de ser ciência para passar ao absurdo. Um exemplo:: o encurtamento das patas dos gatos sobretudo em países asiáticos… só porque ficam “engraçados”. Não pensaram os geneticistas e clínicos nos vários efeitos graves a curto e médio prazos… sustentação do peso do corpo, etc, etc,… o dinheiro não pode comprar tudo! Necessitamos do avanço da genética, com ética e ao alcance de todos.