“Crise severa pela falta água”. Ministra da Agricultura reforça pedido de ajuda na UE

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José Sena Goulão / Lusa

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes

“Neste momento, preocupa-nos o país por inteiro”, porque as reservas de água estão em baixo de Norte a Sul e não só, como tradicionalmente acontece, no Alentejo e no Algarve, assume Maria do Céu Antunes.

A ministra da Agricultura vai insistir junto da Comissão Europeia no pedido para reformar os adiantamentos de medidas de apoio aos agricultores por causa da seca.

Em entrevista à Renascença, Maria do Céu Antunes diz ser necessário apoiar o setor que se debate com um aumento significativo dos custos de produção.

“Reforcei o pedido que já tinha feito há 15 dias junto do Comissário Europeu para a Agricultura, nomeadamente, para podermos reduzir as taxas de controlo e, também, para podermos autorizar o reforço dos adiantamentos das medidas de apoio à superfície e a simplificação dos adiantamentos em linha com as medidas de exceção no quadro de apoio aos impactos do covid-19″, avançou.

Mas a governante quer aproveitar para voltar a reforçar o seu pedido durante o Conselho de Ministros Extraordinário dos Ministros da Agricultura, que vai decorrer até terça-feira em Estrasburgo.

“Vou estar com o senhor comissário e vou reforçar de novo – à semelhança do que temos articulado com os outros Estados-membros da bacia do mediterrâneo – para podermos intensificar as medidas e darmos resposta às necessidades dos agricultores, por esta dupla crise que se faz sentir: não só pelo aumento dos custos de produção, mas também por esta crise severa que se faz sentir pela falta de água”.

Enquanto isso, Maria do Céu Antunes adianta que a Direção-Geral de Agricultura e desenvolvimento rural está a monitorizar a situação para estudar “medidas concretas” para as diferentes regiões, que são muito diferentes entre si, e vão necessitar de respostas específicas.

Entre as principais prioridades, o Governo coloca a questão do abeberamento animal que pode passar pela transferência de água de Alqueva, que está, neste momento, numa situação mais confortável, para situações de menos resiliência.

A ministra da Agricultura diz que a seca atinge o país inteiro, porque as reservas de água estão em baixo, de Norte a Sul, e não só, como tradicionalmente acontece, no Alentejo e Algarve.

“Neste momento, o mapa de Portugal está por inteiro, porque as reservas de água estão em baixo em todo o território. Das 60 albufeiras que foram monitorizadas, 11 apresentam níveis de armazenamento acima dos 80% e 15 têm níveis inferiores a 40% do volume total”, explica Maria do Céu Antunes.

“Estamos, de facto, preocupados com o panorama nacional. Estamos atentos a todo o território do continente, porque queremos, efetivamente, que a atividade agrícola se desenrole em todo o continente”, afirma a ministra.

Por isso, a governante já deu indicação para “se abrir uma medida de financiamento para pequenos investimentos nas explorações agrícolas, para a instalação de pontos de água”.

Além disso, apela a uma melhor gestão da água, “que é um recurso que é escasso e que estamos todos empenhados em gerir de forma mais ciente, para podermos produzir mais com menos”.

ZAP //

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2 Comments

  1. A falta de água mitiga-se com medidas para o efeito, e não, como mal e erroneamente se faz pedinchando dinheiro à UE, nomeadamente, poupança e controlo no consumo e gasto de água, dessalinização de água do mar, melhor e mais armazenamento de água, e reforço da captação dos aquíferos subterrâneos. Mas, claro, isto dá trabalho e não se confunde com a subsídio-dependência característica deste Governo que continuamente nos leva à pobreza e ao subdesenvolvimento.

  2. Nos anos 60 só se tomava banho ao fim de semana. Agora são todos muito mais e tomam banho os dias. :-)))))))
    Bem, na realidade actualmente não há formação de nuvens nos mares talvez pelas tais alterações climáticas, pela agua do mar se ter tornado mais acida, pela poluição excessiva, pelo aumento de temperatura…….deve ser por isso….

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