Nissan está “com a corda ao pescoço”

Nissan

Crise histórica na marca de carros depois de rompimento com a Renault e fracasso na união com Honda. Perdas podem chegar até aos 4,7 mil milhões de euros.

Turbulências da liderança e quebra nos lucros têm agitado a Nissan já há alguns anos. No entanto, agora, a quebra nos lucros na terceira maior empresa de carros japonesa pode ser 10 vezes superior à esperada, podendo atingir, segundo o The Guardian, quebras históricas de 4,7 mil milhões de euros.

“Estamos a tomar a medida prudente de rever as nossas perspetivas para o ano inteiro”, reconheceu o CEO mexicano da marca, Ivan Espinosa.

“Agora, prevemos um prejuízo líquido significativo para o ano, devido principalmente a uma grande imparidade de ativos e custos de reestruturação, à medida que continuamos a estabilizar a empresa. Apesar destes desafios, temos recursos financeiros significativos, um forte pipeline de produtos e a determinação de recuperar a Nissan”, acrescentou.

E não é para menos: a empresa está com uma verdadeira “corda ao pescoço”, e para a desenlaçar está a delinear um plano para cortar 9.000 empregos e afastar-se dos combustíveis fósseis, apostando nos veículos elétricos.

“Se esta situação continuar para sempre, pode ser um golpe fatal para a Nissan, no sentido de que ficará sem dinheiro e entrará em incumprimento”, avisa o analista Tatsuo Yoshida.

A emrpesa pode ainda ser afetada pelas tarifas impostas por Donald Trump. A Nissan fabrica automóveis no Tennessee, nos EUA, o que lhe confere alguma proteção contra as tarifas. Produziu 524 000 veículos nos EUA, dos 924 000 que vendeu no país em 2024.

No entanto, a Nissan já reduziu a produção do seu modelo mais vendido nos EUA, o SUV Rogue fabricado no Japão, devido ao impacto das tarifas.

Depois de se ter separado do grupo Renault, a empresa não conseguiu fundir-se com a rival conterrânea Honda, e enfrenta agora competição feroz. O seu plano de recuperação está em curso, e resta agora saber se será suficiente para desembaraçar a Nissan dos vários nós que a prendem.

ZAP //

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