Há uma “crise invisível” a afetar a água. Um novo modelo dá pistas para a sua solução

A pesquisa ajuda a identificar as fontes de poluição de acordo com a região do globo e prevê ainda que cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU não chega para que a qualidade da água se mantenha em níveis que não comprometem o consumo humano e os ecossistemas.

Um novo estudo publicado na Communications Earth & Environment deixa alertas sobre a crise que se está a infiltrar no fornecimento de água.

Atingir o ambicioso Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para o tratamento das águas residuais seria um passo importante para se melhorar a qualidade da água a nível mundial, mas não seria suficiente para evitar problemas no abastecimento em certas partes do mundo, de acordo com a pesquisa.

Para entenderem melhor os desafios que a poluição trará ao abastecimento no presente e no futuro, os autores criaram um modelo que se debruça sobre esta “crise invisível” que está a ser exacerbada pela expansão da população, o uso nas indústrias e pelas alterações climáticas.

O modelo de alta resolução pode “ajudar a preencher as lacunas no conhecimento sobre a qualidade da água, particularmente nas regiões do mundo onde faltam observações”, explica o autor principal, Edward Jones.

Para além de identificar as regiões mais vulneráveis, o modelo também ajuda a decifrar a fonte de poluição e associa a setores particulares dependendo da zona. “Por exemplo, os sistemas de irrigação de larga escala para a agricultura alimentam problemas de salinidade no norte da Índia, enquanto que os processos industriais são mais responsáveis no leste da China”, explica Jones.

O modelo ajuda ainda a prever o efeito que o cumprimento das metas futuras terá na qualidade da água dos rios a nível global, relata o SciTech Daily.

“As nossas simulações mostram que, durante grande parte do ano, a qualidade da água em várias regiões continuaria a exceder os níveis críticos para o uso humano e para a saúde dos ecossistemas. Este é especialmente o caso nos países em desenvolvimento, particularmente na África sub-sariana e no sul da Ásia”, alerta.

ZAP //

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