Crise na ADSE. Governo vai intervir (e promete “respostas rápidas”)

José Sena Goulão / Lusa

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão

A ministra da Modernização do Estado, Alexandra Leitão, participou numa reunião do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE e ouviu várias críticas à direção. A governante prometeu intervir com “respostas rápidas”.

O semanário Expresso teve acesso à ata que reúne o resumo da reunião, que se realizou em março. Segundo o jornal, o documento mostra o mal-estar crescente entre a atual direção da ADSE, presidida por Sofia Portela Lopes, e os 17 membros do CGS, presidido pelo ex-dirigente da UGT, João Proença.

Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado, participou numa das últimas reuniões do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE. Depois de ouvir “várias críticas ao conselho diretivo”, a ministra prometeu “respostas rápidas”, recordando que é dela a tutela da ADSE “em termos de gestão estratégica”.

A direção da ADSE está a ser acusada de não dar resposta aos crescentes atrasos nos reembolsos das despesas dos beneficiários e de “não encontrar soluções para a resolução de vários constrangimentos” com que se defronta o sistema de assistência médica e social dos funcionários públicos.

Entre as queixas consta o facto de a direção “há vários meses não apresentar nenhum documento para parecer”, não “informar o CGS em múltiplas questões” nem “tomar as medidas necessárias para corrigir os constrangimentos com que a ADSE se confronta”.

Entre os principais problemas denunciados está o atraso nos reembolsos devidos aos beneficiários da ADSE pelo pagamento de consultas ou intervenções cirúrgicas. As dívidas ascendem a milhões de euros e afetam milhares de beneficiários.

O Expresso relata ainda o caso de uma unidade médica, a Paincare, onde existem mais de 600 faturas pendentes de reembolso, algumas das quais por despesas efetuadas em 2018. Segundo o conselho diretivo, a clínica não se encontra licenciada para fazer intervenções cirúrgicas, mas não informou os utentes da ADSE, não retirou o estabelecimento da lista de convencionado nem deu explicações aos beneficiários sobre as razões do atraso nos reembolsos das consultas.

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