Criminalidade subiu 8% no último ano. Crime nas escolas atinge máximo em 16 anos

ZAP

A criminalidade no geral subiu cerca de 8% no último ano e os crimes violentos registaram uma subida de cerca de 5%.

Um recente relatório da segurança interna revela um aumento preocupante de ocorrências criminais nas escolas portuguesas, atingindo um pico nos últimos 16 anos. De acordo com a versão preliminar do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2023, houve um total de 5380 incidentes criminais em contextos escolares, marcando um aumento de 16% em relação ao ano anterior.

O relatório detalha que os crimes mais frequentes incluem agressões físicas, ameaças, injúrias e furtos. Foram registadas 2065 ofensas à integridade física, 1313 casos de injúrias e ameaças, e 943 furtos, além de incidentes mais graves como oito ameaças de bomba, 84 casos de posse ou uso de armas, 300 atos de vandalismo, 157 ofensas sexuais e 178 situações de consumo de drogas. As regiões de Lisboa, Porto e Setúbal concentraram mais da metade das ocorrências, enquanto a Madeira registou o menor número de crimes relacionados com escolas.

Este aumento segue uma tendência preocupante de crescimento na criminalidade geral e violenta em Portugal, que também viu aumentos significativos pelo segundo ano consecutivo, com crimes gerais a crescer 8,2% e crimes violentos e graves 5,6%. A criminalidade grupal e a delinquência juvenil também apresentaram aumentos substanciais, com a primeira aumentando 14,6% e a segunda 8,7% em comparação com o ano anterior, aponta o Público.

O relatório destaca ainda um aumento significativo nos crimes de abuso de cartão de garantia ou crédito (67%), outras burlas (39%) e tráfico de estupefacientes (20%). As extorsões e os raptos também registaram aumentos alarmantes, de quase 26% e 22%, respectivamente.

Além disso, o relatório aborda a persistente questão da violência doméstica, destacando que os inquéritos por violência contra menores subiram 18% em relação ao ano anterior. A maioria das vítimas agredidas tem menos de 16 anos, e a violência doméstica continua a ser uma das principais causas de abertura de inquéritos em Portugal.

Face a estes desenvolvimentos, o Governo anunciou que irá introduzir alterações nas orientações estratégicas para o ano corrente, com a finalidade de responder ao aumento da criminalidade. Estas alterações serão integradas na versão final do RASI, que será posteriormente aprovada no Conselho Superior de Segurança Interna e entregue na Assembleia da República.

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