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Criatura inesperada encontrada sepultada em cemitério medieval

Something strange: look what's been uncovered by our archaeologists at Chapelle Dom Hue. The bones here appear to be the…

Publicado por Guernsey Museums em Sábado, 16 de Setembro de 2017

Após três semanas de trabalho, uma escavação arqueológica no Canal da Mancha teve uma reviravolta bizarra e inexplicável, depois de os arqueólogos se terem deparado com uma sepultura aberta com cuidado e escondida no solo – cujo teor, definitivamente, não era humano.

A descoberta, encontrada na pequena ilha de Chapelle Dom Hue, na costa de Guernsey, em França, revelou os restos antigos de uma toninha – um animal marinho da família dos golfinhos – medieval enterrada no solo. Agora os cientistas estão com dificuldades em encontrar uma explicação para o misterioso túmulo animal.

“É uma descoberta muito peculiar e não sei o que pensar quanto a isso. Porque é que alguém haveria de enterrar um golfinho numa sepultura?”, disse o arqueólogo Philip de Jersey, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ao The Guardian.

O mistério é ainda mais intrigante pela forma como o animal foi enterrado, que não sugere que a toninha morta tenha sido simplesmente descartada no subsolo.

Em vez disso, parece que foi propositadamente estendida para descansar, com o corpo alinhado de leste a oeste, conforme a tradição cristã. A escavação cuidadosa da própria sepultura sugere que o objetivo de quem a construiu era garantir um lugar de descanso solene.

Por essa razão, Jersey esperava encontrar os restos de um monge medieval no túmulo, já que a ilha terá sido um local de retiro religioso para os monges que procuravam refúgio.

Mas depois de notar mudanças no solo, que indicavam a existência provável de um túmulo por baixo, os arqueólogos descobriram o crânio de uma jovem toninha. Os especialistas acreditam que tenha sido sepultada ao lado dos túmulos de outros monges desde o século XIV.

É possível que o animal tenha sido morto para servir à alimentação de alguém, já que esses mamíferos compunham hábitos alimentares da época medieval. Mas, se fosse esse o caso, os arqueólogos dizem que faria muito mais sentido que as pessoas tivessem descartado os restos no mar – situado apenas a 10 metros do local.

“Se estivéssemos numa igreja e encontrássemos algo assim, com base no formato, poderíamos pensar que alguém tivesse substituído o que havia no interior do túmulo. Isso é o que me confunde. Se o tivessem comido ou matado pela gordura, por que se esforçariam para o enterrar?”, disse Jersey à Guernsey Press..

Uma hipótese é que o animal tenha sido morto para alimentar alguém e cuidadosamente armazenado até que fosse necessário outra vez, mas os restos preservados nunca foram usados, segundo Jersey. Mas sobram dúvidas e faltam certezas.

“Ele pode ter sido embalado em sal e, por algum motivo, nunca ninguém voltou para o buscar”, disse. Após a descoberta, os ossos da toninha foram removidos do local de repouso, e agora serão estudados por um especialista em animais marinhos, de forma a encontrar provas mais sólidas.

Uma vez que a análise esteja concluída, talvez possamos obter algumas respostas sobre como e por que essa toninha medieval veio a descansar no cemitério de um monge. Jersey, por sua vez, diz que é a descoberta mais estranha da sua carreira de 35 anos como cientista e um verdadeiro enigma na sua história como investigador.

“O golfinho tem um forte significado no cristianismo, mas nunca encontrei nada assim antes em todos estes anos. É o tipo de coisa ligeiramente louca que se pode descobrir na Idade do Ferro, mas não na época medieval. Um verdadeiro mistério“.

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