A ciência sugere que um prazo realista para implementar um novo hábito supera os dois meses. Mas pode chegar a quase um ano.
Primeiro: o que é um hábito?
Segundo diversos psicólogos, um hábito é um comportamento que aprendemos, ou uma sequência automática de acções, que se tornou reflexiva e independente de influências cognitivas e motivacionais, com o passar do tempo.
Com outras palavas: são acções que protagonizamos com pouca ou nenhuma consciência, ou com intenção. São automáticas. E há estudos que mostram que quase metade das nossas acções no dia-a-dia são automáticas, sem pensar. São repetições.
Os bons hábitos são importantes. Na verdade são parte essencial da nossa rotina. Desde muito pequenos. Actividade física é um dos hábitos mais importantes para lidar com o stress e tornar-se mais resiliente, por exemplo. No geral, os hábitos dão-nos sensação de controlo da nossa vida.
Introduzir novos hábitos úteis e rejeitar os hábitos prejudiciais treinam a nossa capacidade de suportar o desconforto, de viver de acordo com os nossos próprios valores e de aumentar a nossa estabilidade psicológica.
Mas, nesta análise do portal Village, há outro foco: quanto tempo demoramos a ganhar um novo hábito, a criar um hábito?
Há uma ideia que se foi espalhando nos últimos anos: o ser humano precisa de 21 dias para mudar de hábito.
Mas é mito. Os cientistas da Universidade de Londres aponta que um prazo realista para um novo hábito é de 10 semanas, pouco mais de dois meses. Outros especialistas defendem que varia entre 18 e 254 dias (ou seja, quase um ano); em média, um novo hábito chega em 66 dias, pouco mais de três meses.
Mas como é que surgiu a história dos 21 dias? A origem chama-se Maxwell Maltz, um psicólogo que há cerca de 60 anos disse que precisamos de no mínimo 21 dias para criar um hábito. Com o passar do tempo, foi-se perdendo a parte do “no mínimo”.
E assim se foi espalhando a ideia “demora 21 dias para criar um hábito”. Tal como em tantas outras situações, muitas pessoas disseram a mesma coisa inúmeras vezes… e a maioria começou a pensar que é mesmo verdade.
Os cientistas deixam umas dicas sobre a criação de hábitos: acrescentar o novo a um velho hábito, ter prazer no novo hábito, substituir (adaptar, transformar) e não cancelar, ter planos flexíveis, dar pequenos passos e não fazer mudanças bruscas ou repentinas, e ter noção de que o ambiente é mais importante que a força de vontade.