Como foi viver em Cascais, o português a “reclamar”, a invasão de turistas e as crianças que vêem muito tempo o Felipe Neto.
Fernanda Lima viveu em Portugal durante cerca de três anos. Esteve em Cascais, um sítio calmo. Ou “bem calmo, calmo demais”.
A apresentadora brasileira mudou-se para Portugal por questões de segurança e pelo desejo de proporcionar uma vida mais discreta, quase anónima, para os seus filhos.
Fernanda elogia os portugueses e sublinha a ligação com a cultura do Brasil: “Adoro o povo português, são muito acolhedores e simpáticos. E eles gostam mesmo da nossa cultura, a cultura brasileira é muito sedutora, as novelas…”.
A apresentadora lembra que o português tem uma fama de ser um pouco mais fechado, de reclamar. As pessoas mais velhas “reclamam mais, mesmo, são mais pessimistas. Hoje, o meu atraso aqui (para o programa RivoTalks) seria o fim do mundo, todos ficariam com cabelo em pé”.
Mas “os jovens já não são assim”. Muito porque Portugal “já não é um país de portugueses – é um país internacional, tem gente do mundo inteiro. Em Cascais fala-se muito inglês em vez de português. Estão muito misturados com outras culturas do mundo”.
Esta gentrificação, ou esta “invasão” de turistas, não agrada a todos os portugueses: “Portugal era um país pobre mas agora está a receber muitos turistas, muito dinheiro; mas há portugueses que não gostam porque lhes tira aquele quotidiano deles, não conseguem estacionar o carro… Eu entendo um pouco essas reclamações sobre tantos turistas”.
Fernanda Lima também falou sobre as diferenças na estrada. Os brasileiros buzinam mais do que os portugueses: “Temos que aprender alguma coisa com o primeiro mundo”.
À pergunta básica “Como é viver em Portugal?”, a apresentadora tem uma resposta curiosa: “É o mínimo que um cidadão mereceria ter e viver”.
Depois, entrou a questão do idioma: os portugueses “já falam brasileiro, já estão tão habituados”.
Os apresentadores do RivoTalks, Cecilia Flesch e Gabriel Wainer, comentaram então que há muitas crianças portuguesas a consumir conteúdos de influencers brasileiros, como Felipe Neto.
E, como consequência de tantas horas de visualização, muitas crianças portuguesas acabam por falar português do Brasil.
Cecilia Flesch disse: “Isso, para um português, deve mexer muito com eles”.
Gabriel Wainer acrescentou: “Eu chamo reparação histórica”.
E aqui gerou-se um momento de alguma indecisão, entre os três participantes no programa.
“Sem dúvida! É um pouquinho”, reagiu Fernanda Lima.
“É, não é? Normal. Ficamos um pouquinho maiores“, finalizou Cecilia, igualmente algo hesitante.
Patético…