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Crianças têm dificuldade em entender emoções de pessoas com máscara

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Um novo estudo mostra que crianças dos três aos cinco anos só conseguem entender as emoções escondidas por detrás das máscaras em apenas 40% das ocasiões.

A equipa de investigação U-Vip (Unidade para Deficientes Visuais), liderada por Monica Gori do Instituto Italiano de Tecnologia, publicou recentemente um estudo que mostra, pela primeira vez, como é que crianças dos três aos cinco anos reconhecem as emoções das pessoas que usam máscaras cirúrgicas, conta o site EurekAlert!.

O estudo, publicado a 25 de maio na revista científica Frontiers in Psychology, mostra como este efeito colateral das medidas para prevenir a covid-19 pode influenciar o correto desenvolvimento das capacidades de interação social das crianças.

Os investigadores fizeram um questionário, que continha várias imagens de pessoas com e sem máscara, e mostraram-nas através de um computador, tablet ou smartphone a 119 pessoas, sendo 31 delas crianças com três a cinco anos, 49 com seis a oito anos e 39 adultos com idades entre os 18 e os 30 anos.

Foi então pedido aos participantes que, de forma independente ou com auxílio dos pais (no caso dos mais jovens), tentassem reconhecer as expressões faciais daquelas pessoas, com e sem máscara, que transmitiam diferentes emoções como, por exemplo, alegria, tristeza, medo e raiva.

Os resultados mostraram que crianças dos três aos cinco anos são capazes de reconhecer expressões faciais que transmitem alegria e tristeza em apenas 40% dos casos em que os rostos estão cobertos por uma máscara.

As percentagens foram maiores noutras faixas etárias – crianças de seis a oito anos (55-65%) e adultos (70-80%) – mas, no geral, todas as faixas etárias apresentaram algum grau de dificuldade em interpretar essas emoções, mesmo quando os rostos estavam apenas parcialmente cobertos pela máscara.

Quanto às restantes emoções, houve melhores resultados, mas é possível afirmar que a faixa etária que mais tem dificuldade em reconhecer as emoções expressas por detrás de uma máscara é a das crianças em idade pré-escolar.

“Esta experiência foi feita nas primeiras fases da pandemia, em 2020, e naquela altura as máscaras ainda eram uma experiência nova para toda a gente. Os cérebros das crianças são altamente flexíveis e, neste momento, estamos a realizar novos testes para verificar se a compreensão das emoções das crianças aumentou ou não”, explicou Gori.

ZAP //

4 Comments

  1. O título é tão óbvio, que acaba por resumir a notícia que ao mesmo se segue.
    O estudo apresentado é irrelevante… já se sabe que, com as MÁSCARAS, ninguém consegue captar as emoções alheias. Isto serve para pessoas de todas as idades, OK??!

    • Caro leitor,
      Em primeiro lugar, há estudos que indicam que é possível identificar as emoções de uma pessoa com máscara, nomeadamente a partir das expressões nos olhos e na testa.
      Exemplo:
      Masks May Not Stop Kids from Reading Emotions“, dezembro de 2020.
      Mais do que isso, o presente estudo não se limita a concluir que “ninguém consegue captar as emoções alheias” — conclui que isso acontece parcialmente, quantifica essa parte, e analisa como acontece.
      Em segundo lugar, NENHUM estudo é irrelevante. Em ciência, o “já se sabe” não existe. A ciência faz estudos para descobrir coisas novas, e faz estudos para confirmar coisas óbvias. E a ciência é pródiga em casos de coisas óbvias que são estudadas apenas para se descobrir que afinal não era bem assim. Para todos os humanos menos para o “idiota” do Galileu, era óbvio que o Sol girava à volta da Terra, até que o “idiota” fez um estudo irrelevante.
      Finalmente, o ZAP orgulha-se de ter uma audiência instruída e informada, que não poucas vezes sabe mais do que o ZAP ou do que os outros leitores sobre um dado tema. Nem todos os nossos leitores sabem tudo sobre todos os temas. Mas o ZAP escreve para todos os seus leitores — para aqueles para quem um dado assunto é novidade, e para os que já sabem tudo sobre esse assunto — que estamos certos de que encontram no ZAP outras notícias, menos óbvias e mais emocionantes, que possam acrescentar algo ao seu conhecimento.

  2. Boa noite, senhores jornalistas e editores venho por este meio alertar para um problema que não deixa ler as notícias neste separador, ao clicar nas notícias aparece com um problema que impede a sua leitura, por isso no separador Ciência só se consegue ler esta, desde já o meu muito obrigada pela vossa atenção.

    • Caro leitor,
      Obrigado pelo seu alerta.
      Não nos foi possível reproduzir o comportamento que refere. Pode por favor indicar-nos com que browser (Chrome/Safari/Firefox), plataforma (PC/telemóvel) e sistema operativo (Windows/Android/Mac/iOS) o problema ocorre?

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