Mais de metade das crianças com menos de 8 anos usa aplicações como entretenimento e as crianças que mais usam os dispositivos eletrónicos têm até 2 anos.
Segundo o estudo “Happy Kids: Aplicações Seguras e Benéficas para Crianças”, do Católica Research Centre for Phychological, Family and Social Wellbeing, que foi apresentado na terça-feira em Lisboa, as crianças até 2 anos são as que mais usam apps.
Dos quase 2 mil pais inquiridos no âmbito do trabalho, que se debruçou sobre a utilização de tecnologia por crianças entre os 0 e os 8 anos, mil admitiram permitir aos filhos o uso de aplicações.
Destes, explica o jornal Público, 567 admitiram que os filhos usam a tecnologia em restaurantes; 490 em casa para estarem entretidos enquanto os pais trabalham ou fazem tarefas domésticas; e 99 para resolver uma birra.
De acordo com os pais, os filhos preferem aplicações de ação e aventura, vídeos e quebra-cabeças. 427 dos inquiridos acreditam que o uso dos dispositivos pode ser educativo para as crianças, que podem adquirir competências em áreas escolares, como a leitura e a matemática.
Por outro lado, os pais reconhecem que estas atividades podem trazer consequências negativas para os filhos na atividade física (854), na qualidade do sono (702) e nas competências sociais (616).
Além disso, os inquiridos confessam que o que menos gostam nas aplicações são o facto de estas não serem apropriadas para as crianças (544), poderem ser viciantes (424) e violentas (422).
Em relação à segurança, os pais optam por controlar a utilização (1330) e os conteúdos (1224). Há ainda quem acompanhe as atividades digitais (869) e quem ensine (757).
Segundo Rita Francisco, uma das autoras do estudo, “a forma mais indicada para o uso das tecnologias é promover a interação entre pais e filhos”, mas esta é uma estratégia pouco usada.
Em relação aos perigos do cyberbullying, os pais consideram que os filhos não estão em risco, uma vez que não publicam conteúdos nas redes sociais. Rita Francisco alerta que “as crianças sabem usar mais do que aquilo que os pais pensam e podem estar expostas sem que estes saibam”.
O tema ainda necessita de mais investigação, de acordo com a opinião da autora. Mas, para já, a recomendação aos pais passa por adequar os conteúdos à idade dos filhos, de forma a mantê-los em segurança.