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Crenças religiosas e espirituais reduzem o risco de depressão

Um estudo recente concluiu que as crenças religiosas e espirituais reduzem o risco de depressão, uma vez que estão associadas a mudanças na microestrutura da substância branca, os caminhos de comunicação do cérebro.

Dongrong Xu, da Universidade de Columbia, explicou que “um estudo anterior concluiu que as pessoas que afirmaram que a religião ou a espiritualidade eram altamente importantes para elas estavam protegidas contra a depressão durante cinco anos, apesar de estarem sob alto risco devido ao histórico familiar”.

Por esse motivo, os investigadores tentaram entender o que acontece no cérebro dessas pessoas para causar esse efeito.

Um outro estudo, publicado em 2014, descobriu que a crença na importância da religião ou espiritualidade estava associada a córtices mais espessos em várias regiões do cérebro, incluindo as regiões parietal e occipital esquerda e direita, o que poderia conferir resiliência à depressão.

Neste novo estudo, publicado recentemente na Brain and Behavior, os cientistas usaram imagens de tensores de difusão para examinar a microestrutura cerebral de 99 participantes. Este é um método de neuroimagem, baseado em ressonâncias magnéticas, que permite a visualização de tratos da substância branca dentro do cérebro.

Os investigadores descobriram então que os cérebros dos participantes que tinham alto risco familiar para depressão se assemelhavam aos cérebros daqueles com baixo risco familiar quando relataram que a religião ou a espiritualidade era altamente importante.

“As nossas descobertas sugerem que a alta importância relatada das crenças pode ter efeitos sobre a integridade da substância branca no lobo frontal bilateral, no lobo temporal e no lobo parietal. Embora essas regiões também estejam associadas ao risco de desenvolver depressão, a reorganização da matéria branca por meio da religião ou espiritualidade pode ajudar a proteger os indivíduos de desenvolver a doença”, escreveram os autores.

Na prática, “os indivíduos com alto risco familiar de depressão normalmente compartilham uma assinatura neuronal semelhante à que pode ser encontrada em pessoas com baixo risco familiar, desde que considerem as crenças religiosas ou espirituais como altamente importantes”.

Ainda assim, segundo o PsyPost, o estudo faz algumas ressalvas, nomeadamente o facto de as crenças religiosas das pessoas poderem mudar ao longo do tempo de vida. “Este estudo foi baseado na medida de religiosidade e espiritualidade em apenas 5 anos“, explicou Xu.

ZAP //

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