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“Creche estelar”: NASA levanta o véu sobre a Nebulosa de Órion

NASA. ESA, Hubble, HLA / Jesús M.Vargas & Maritxu Poyal

Uma nova investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade de Leiden, na Holanda, permitiu levantar o véu sobre a Nebulosa de Órion, que abriga numerosas estrelas jovens, massivas e luminosas.

De acordo com o recente artigo, publicado no início do mês de janeiro na revista especializada Nature, a equipa descobriu que o vento estelar proveniente de um estrela recém-nascida na Nebulosa de Órion – a “creche estelar” mais próxima da Terra – impede a formação de outras estrelas nas proximidades.

​”Creche estelar — aqui se formam as estrelas. As supernovas são em muito responsáveis pelo nascimento de estrelas, mas os nossos investigadores do telescópio SOFIA descobriram que as estrelas recém-nascidas podem soprar o material que poderia formar os seus irmãos e irmãs”, escreveu a agência espacial norte-americana no Twitter.

https://twitter.com/NASA/status/1090089176924635138?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1090089176924635138&ref_url=https%3A%2F%2Fbr.sputniknews.com%2Fciencia_tecnologia%2F2019013013215079-nasa-nebulosa-orion-nascimento-estrelas-video%2F

Segundo os astrónomos, o “coração” da nebulosa – um dos objetos melhor observados e fotografados no céu noturno – é a casa de um pequeno grupo de estrelas jovens, massivas e luminosas. No entanto, esta é a primeira vez que as observações revelam que o forte vento estelar gerado pela estrela mais brilhante destes corpos celestes recém-nascidos (a chamada Theta1 Orionis C) varreu a maior parte da camada de material de nuvem onde se formou.

“O vento é responsável por fazer explodir uma enorme bolha em torno das estrelas centrais. O vento rompe a nuvem natal e impede o nascimento de novas estrelas”, explicou a autora princiapl do estudo, Cornelia Pabst, citada pela NASA em comunicado.

Assim, a estrela recém-nascida não permite o nascimento de outras estrelas na sua vizinhança, mas, em simultâneo, empurra o gás molecular para as extremidades da bolha, criando novas regiões de material denso onde as futuras estrelas se poderão formar.

Estes efeitos do processo conhecido como “retroalimentação”, destaca o especialista, regulam as condições físicas da nebulosa, influenciam a atividade de formação estelar e impulsionam ainda a evolução do meio interestelar – o espaço cheio de gás e poeiras que está entre as estrelas.

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