CP quer vender edifícios e comboios avaliados em 5,5 milhões

A CP – Comboios de Portugal procura interessados na compra de edifícios e material circulante de que já não necessita, tendo um total de ativos avaliados em 5,5 milhões de euros disponíveis para venda.

De acordo com informação publicada no relatório e contas do primeiro semestre deste ano, a administração da CP salienta que está empenhada em vender “bens não necessários” à atividade da empresa, tendo para isso desenvolvido “ações tendo em vista a concretização dessas alienações, através da prospeção de eventuais interessados, quer no mercado interno quer no mercado externo”.

Os números presentes no documento, de acordo com o Jornal de Negócios, avaliam os ativos em causa em mais de 5,4 milhões de euros, sobretudo relativos a equipamento básico, estando “valorizados pelo menor entre o valor contabilístico e o valor esperado de venda”, detalha o mesmo jornal.

A CP anunciou esta semana um prejuízo de 49 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, menos 10% em relação aos 54,6 milhões de euros registados em igual período do ano anterior.

Num relatório intercalar enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa pública indicou que “para esta melhoria de 5,5 milhões de euros contribuiu, fundamentalmente, o aumento das vendas e serviços prestados (4,8 milhões de euros), impulsionado pelo crescimento dos rendimentos de tráfego”.

A empresa de transporte ferroviário indicou ainda que no primeiro semestre de 2019 foram transportados pela CP mais de 66 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 4,4 milhões de passageiros (7,1%), relativamente ao mesmo período do ano anterior.

Os gastos com pessoal – sem indemnizações por rescisão – registaram um aumento de 0,6 milhões. No final do primeiro semestre de 2019, a CP tinha 2.615 trabalhadores, menos 72 que no período homólogo de 2018 e menos 43 que no final de 2018, “devido ao número de rescisões ter superado o valor inicialmente estimado e de não ter sido possível concretizar os processos de recrutamento previstos”.

Na segunda-feira, foi noticiado que a CP deveria receber este ano 80 milhões de euros em indemnizações compensatórias. Mas, quase oito meses depois da liberalização do transporte ferroviários de passageiros na União Europeia, a empresa continua a não ter contrato de serviço público. E as normas europeias ditam que, sem um contrato de serviço público, a CP não pode receber esse valor.

A CP comunicou que, no dia 7 de janeiro, anunciará a compra de 22 automotoras, num investimento de 168 milhões de euros, uma verba já autorizada em Conselho de Ministros, mas que só deverá ter impacto na oferta da empresa a partir de 2020.

A situação financeira da CP continua especialmente desequilibrada. A empresa tem acumulado prejuízos nos últimos anos – em 2017 registou perdas na ordem dos 112 milhões de euros e em 2018 poderá ir pelo mesmo caminho, dadas as perdas acima de 50 milhões sofridas no primeiro semestre.

ZAP //

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