Liberal tem protagonizado uma campanha muito personalizada, à volta da sua imagem. E o objectivo tornou-se mais ambicioso.
Nestas eleições europeias, João Cotrim de Figueiredo é o cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL), numa lista em que poucos saberão quem é o número dois ou três – são Ana Martins e António Costa Amaral.
A IL deve estrear-se no Parlamento Europeu. Nas eleições europeias em 2019, o recente partido conseguiu apenas 0,88% dos votos.
Agora Cotrim de Figueiredo deve ser eleito. Sozinho? “Gostaria de ter companhia. Acho possível. Não me perguntaram se acho provável. Meço as palavras, respondi que acho possível”.
Esta foi a resposta do liberal na terça-feira, quando foi questionado sobre uma eventual eleição de dois eurodeputados no próximo domingo.
Mas no dia seguinte, quarta-feira, João Cotrim de Figueiredo falou sobre uma “onda liberal” que foi crescendo durante a campanha, e mudou o discurso: “Estamos quase a eleger a Ana Martins. Quase, está quase, Ana“.
Para conseguir dois eurodeputados logo na estreia, a IL deve precisar de uma percentagem de votos maior do que 6%.
Ou seja, para chegar a esse novo objectivo, a IL precisa de um resultado melhor do que teve há apenas três meses, nas eleições legislativas de Março, quando se ficou pelos 4,94%.
E isso é provável
Como sublinhou Miguel Santos Carrapatoso, jornalista do Observador que tem acompanhado a campanha dos liberais, pelas interacções que vai tendo na rua, João Cotrim de Figueiredo “tem um espectro de eleitorado talvez superior” ao da própria IL.
Esta campanha “tem vivido muito à boleia da marca” do próprio cabeça-de-lista. Ou seja, a “onda liberal” é mais “onda Cotrim”.
Cotrim tem feito “valer muito a sua própria marca”; cartazes e tudo que é merchandising do partido tem a imagem do candidato e o slogan “Com Cotrim, sim”.
É uma campanha muito à volta da imagem do candidato da IL, uma campanha “muito personalizada”.
João Cotrim de Figueiredo terá uma vantagem em relação a Rui Rocha: dá-se melhor na rua, tem boa aceitação, está muito à vontade. É mais experimentado.
Numa campanha “minimalista”, com acções cirúrgicas e agenda pouco preenchida, jovens e pessoas mais velhas aproximam-se e “vêm alguém com respeitabilidade, credibilidade e seriedade“, descreveu Miguel Santos Carrapatoso.
Já nos debates televisivos, e olhando para a análise da Dentsu/Carat para o +M, verifica-se que João Cotrim de Figueiredo foi o candidato que teve mais telespectadores, no global.
Segundo o inquérito que coloca o PS à frente da representação portuguesa no Parlamento Europeu (talvez 6 deputados) enquanto a AD vem logo a seguir (5), Chega (3) e a IL (2+)! O resto dos candidatos distribuiriam mais 5 deputados, com a CDU em último. Mas nada garante estes inquéritos…