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Costa aventurou-se em terreno inimigo e deu o mote para as críticas aos comunistas

Nuno Veiga / Lusa

António Costa mandou algumas indiretas ao PCP, mas as principais críticas ao parceiro de ‘geringonça’ ficaram sob responsabilidade dos candidatos socialistas.

Esta terça-feira, António Costa aventurou-se em terreno inimigo. No espírito de disputa com comunistas, o primeiro-ministro passou por Alcácer do Sal, depois Évora e Beja. Se há quatro anos, nas últimas eleições autárquicas, passou cá sem criticar o seu parceiro de geringonça, agora já lançou a umas farpas à crónica força dominante nestas terras: o PCP.

A passagem por Alcácer do Sal foi rápida, mas com o intuito bem demarcado. Ora, em 2017, o PS ficou apenas a 300 votos de ‘roubar’ mais uma autarquia aos comunistas, precisamente nesta cidade sadina.

Costa seguiu então para Évora, onde discursou brevemente sobre a “posição algo ingrata” em que o PS se encontra. Como nestas eleições a disputa é sempre entre “PS e PSD/CDS ou PS e CDU”, “todos lhe batem em vez de dizerem o que querem fazer pelo país”, disse o chefe do Governo, citado pelo Expresso.

O semanário explica que as críticas de António Costa aos comunistas não foram muito vincadas — foram mais indiretas.

“Precisamos de autarcas que não sejam contra a União Europeia, que sejam a favor da União Europeia e que percebem que é na UE que temos o nosso espaço de desenvolvimento”, disse, por exemplo, numa crítica ao PCP, mas sem nunca mencionar o nome do partido.

“Fico muito perplexo quando ouço os partidos a dizerem que o PRR é para servir o grande capital e os interesses de Bruxelas. É para investirmos na habitação, na saúde, nas redes de cuidados continuados”, disse também António Costa, horas antes, em Évora.

“Os outros em vez de dizerem o que querem fazer, só se limitam a criticar o PS pelo que o PS se propõe fazer”, continuou. “Sim, não estamos aqui só para que na noite das eleições possamos pôr mais uma bandeirinha no mapa de Portugal a dizer que é do PS”.

Os candidatos socialistas foram menos discretos na hora de endereçar as críticas aos comunistas. José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz que se candidata à capital de distrito, fez um “apelo ao voto útil e à consciência de todos de que existem duas alternativas nestas eleições”.

O presidente da Câmara de Beja e recandidato, Paulo Arsénio, disse que “a grande frustração do PCP neste território é que já ninguém está atento a eles, toda a gente quer saber é que soluções temos”.

Daniel Costa, ZAP //

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