Costa sai da liderança do PS se perder as eleições. Mas se ganhar “não fecha a porta a ninguém” (nem ao PSD)

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Em entrevista à RTP, António Costa falou pela primeira vez sobre o chumbo do Orçamento do Estado e do futuro, referindo que “não fecha a porta a ninguém”, da Esquerda à Direita.

António Costa foi questionado sobre as conclusões que retira das decisões do BE, PCP e PEV de votarem contra o Orçamento do Estado para 2022, mas preferiu não fazer “processos de intenção” nem “abrir feridas”.

Mesmo quando confrontado com a ideia lançada pela esquerda de que o seu objetivo é obter uma maioria absoluta, o primeiro-ministro referiu: “Tenho ouvido e não vou responder. O país não quer mais polémicas, não quer mais tricas. O que eu sinto e que o país sente é que os políticos não tiveram respeito pelos sacrifícios”, afirmou.

Costa referiu ainda, por duas vezes, que a líder bloquista, Catarina Martins, deseja a sua saída da liderança do PS.

Assegurando que o Governo foi “ao limite dos limites” nas negociações com os partidos à sua esquerda, Costa considera que a “sustentabilidade da Segurança Social” e o aumento do salário mínimo foram os dois pontos intransponíveis, cita o Público.

Ainda assim, o líder dos socialistas disse que compreendia a posição de  Marcelo Rebelo de Sousa de convocar legislativas antecipadas. “Ninguém gosta destas eleições, é um erro, mas ninguém pode apontar o dedo ao Presidente da República”.

O primeiro-ministro apela a que os portugueses dêem força ao PS nas próximas legislativas para construir uma solução de Governo “estável e duradoura” mas admite que, se isso não acontecer, pode tentar um entendimento com os partidos à esquerda, embora sem excluir o PSD.

“Não fecho a porta a ninguém“, disse, não negando fazê-lo à Direita, já que “não há muitas soluções” possíveis à Esquerda. Ainda assim, ressalvou que, “à Direita, primeiro, é preciso deixá-los arrumarem-se a si próprios”.

Referindo-se, uma vez mais, aos partidos à sua Esquerda, Costa garantiu que irá “respeitar” caso bloquistas e comunistas escolham voltar a ser “partidos de protesto”, deixando uma mensagem: “Há quem olhe para portas e veja fechaduras e quem veja a maçaneta que abre a porta“, cita o JN.

Sobre a recandidatura à liderança do PS em 2023, António Costa frisa que se for reeleito primeiro-ministro voltará a candidatar-se a secretário-geral socialista. Já se perder as eleições legislativas de 30 de Janeiro, assumiu que sairá do cargo. “Se perdesse as eleições, é evidente que não ficaria na liderança do PS”, até porque “isso significaria abrir um novo ciclo de governação”, explicou.

Relativamente aos meses de Governação que se seguem, o chefe do Governo garantiu que o salário mínimo irá subir em janeiro, embora o prometido aumento extraordinário de 10 euros das pensões até 1097 fique congelado. Costa disse que a medida será inscrita no programa eleitoral do PS e, caso o partido volte a formar Governo após as eleições, o pagamento será feito com retroativos.

António Costa reconheceu que, após o chumbo do OE, “o Governo tem uma legitimidade política limitada”. Contudo, medidas como as reduções do IRS e de combate à pobreza infantil irão serão inscritas no programa eleitoral “com o compromisso de as aplicarmos retroativamente a 1 de janeiro de 2022”.

ZAP //

21 Comments

  1. Costa deu para todos os peditórios. É que pode cair para qualquer lado, dependendo dos resultados eleitorais. Tanto governa sozinho, em caso de improvável maioria absoluta, como coligado com o BE ou o PSD, em caso de maioria relativa. Portanto, o que interessa é estar à frente do governo. Qualquer um serve, embora preferisse um à esquerda. Os princípios de Costa são pragmáticos, para não dizer flexíveis.

  2. A culpa não é do António Costa, é de quem vota nele e depois o vem criticar. Contra factos não há argumentos.Precisa-se de uma mudança, fomos ultrapassados por países que entraram na CEE há meia dúzia de anos ninguém sabia onde ficavam no mapa e agora estão à nossa frente.

  3. Mas não há maneira de um jornalista lhe perguntar a esse Costa se não tem vergonha na cara em apoiar o ministro Cabrita , por ter , e as evidências são muitas , sido o responsável de ter morto um homem na A6 , só porque estava com pressa de ir para casa , e que passados estes meses todos ainda não haja conclusões ????? É obvio que está tudo inquinado , ou não fosse esse filho de uma cabra ( Cabrita é filho de uma cabra, certo? a controlar a GNR e as restantes autoridades que gerem a investigação .
    Uma vergonha este país , que permite que ministros estejam acima da lei e que escapem sempre impunes

  4. Se tivesse um pouco de vergonha na cara, com todas as mentiras, asneiras e prepotências que já teve e que atrasaram Portugal no seu crescimento, aumentando, por outro lado, a nossa dívida, ao contrário do que seria de esperar com a bonança que teve durante 5 anos, demitia-se quando o seu orçamento foi derrotado. Mas não, o tacho é bom para ele e para os da sua cor.

  5. Falta de caráter e trafulhice com alguma arrogância à mistura é do que sofre este senhor Costa; agora para a sua salvação porque está mesmo a sentir que está cada vez mais a atulhado no pântano em que se meteu, já lhe serve agora uma qualquer mãozinha mais à direita para se salvar, a tal que com toda a arrogância em 2015 recusou, e há gente que ainda irá votar num trafulha desta espécie!

  6. O povo vai partir os votos pelos candidatos do costume.. E ficamos na mesma. Mas até isto é preferível aos insultos e aos ódios de quem não sabe fazer mais nada.

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