Costa emocionado: “Podem ter-me derrubado, mas não me derrotaram”

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António Cotrim / Lusa

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos e o primeiro-ministro demissionário António Costa

O primeiro-ministro demissionário António Costa não se sente derrotado com a queda do seu Governo e considera que podem ter tombado a governação mas não tombaram o Partido Socialista (PS) — que está “pronto para a luta”.

O ex-secretário-geral socialista António Costa afirmou, na noite desta sexta-feira, que o seu Governo foi derrubado mas não o PS – que tem a “energia” da nova liderança de Pedro Nuno Santos e que “está pronto para a luta”.

“Podem ter-me derrubado, mas não me derrotaram”, declarou o ainda primeiro-ministro, de forma algo emocionada, no final do discurso que proferiu na sessão de abertura do 24º Congresso Nacional do PS.

À margem do Congresso Nacional do partido, Costa celebrou a ausência “do Diabo” – que não apareceu, porque os portugueses “não devolveram o poder à direita”.

Apesar de o seu Governo ter caído na sequência de um processo judicial, o ex-líder socialista manifestou-se confiante na vitória do PS, nas eleições legislativas de 10 de março, referindo que “só o PS fará melhor do que o PS”.

“Podem ter derrubado o nosso Governo, mas não derrubaram o PS. O PS está aqui forte, vivo. O PS está aqui rejuvenescido com uma nova energia, com uma nova liderança. E com o Pedro Nuno Santos estamos prontos para a luta”, declarou, levantando a plateia do pavilhão da Feira Internacional de Lisboa (FIL).

Também na parte final da sua intervenção, o ex-líder socialista referiu que, desde que o PS formou Governo, em novembro de 2015, venceu todas as eleições nacionais.

“Ganhámos as autarquias de 2017 e de 2021, as europeias de 2019, as legislativas de 2019 e de 2022. E foram vitórias do PS, não foram vitórias do António Costa”, apontou, procurando assim retirar peso negativo à mudança de liderança na sua força política, na sequência da sua demissão das funções de primeiro-ministro no passado dia 7 de novembro.

“O Diabo não veio, não veio, não veio”

António Costa fez também um balanço dos seus oito anos de governação para defender que os socialistas deixam um país com mais democracia, igualdade, liberdade, e em que se conseguiu provar “que era possível virar a página da austeridade e ter as contas certas”.

O também primeiro-ministro demissionário referiu que ter contas certas não é só ter “eliminado os cortes” da troika e diminuído a dívida, mas tê-lo feito “descongelando carreiras, reduzindo o IRS, aumentando pensões, prestações sociais, salários na função pública”.

Costa referiu que o Governo conseguiu aumentar salários criando emprego, aumentando as exportações e o investimento nas empresas e, apesar de tudo isso, “o Diabo não veio, não veio, não veio”.

“Eu vou-vos agora revelar um segredo, que é: por que é que o diabo não veio? O diabo não veio por uma razão muito simples. É que o Diabo é a direita e os portugueses não devolveram o poder à direita”, disse, provocando um longo aplauso na plateia.

Costa foi até ao limite com Marcelo

Neste discurso, o ex-secretário-geral do Partido Socialista referiu ainda que – mesmo contra as ideias de Marcelo Rebelo de Sousa – o Governo avançou “até onde pode” na regionalização.

“Sabemos que não tivemos parceiro para fazer a regionalização, sabemos que temos um Presidente que não nos deixava fazer a regionalização, mas levámos até onde o pudemos fazer”, disse.

O também primeiro-ministro abordou ainda a confirmação pelo parlamento, esta sexta-feira, dos diplomas sobre ordens profissionais que tinham sido vetados pelo Presidente da República, para salientar que dão “liberdade de acesso às profissões reguladas” aos jovens portugueses.

Fazem com “que quem é licenciado em direito e queira ser advogado, possa ser advogado, que mais médicos possam ser médicos em Portugal. É essa liberdade que aumenta a igualdade de todos no acesso à profissão”, defendeu.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. A lata desta personagem!!! Ele é que se derrubou já há muitos anos com todas as trafulhices em que ele e os amigos estão metidos. Num país decente estariam todos presos.

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