Costa em bate-boca com professores. “Mudei as regras para resolver o seu problema”

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António Cotrim / LUSA

O primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro António Costa envolveu-se, nesta quarta-feira, numa troca de palavras acesa com dois professores durante a inauguração de uma residência para estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e Ave, em Barcelos.

À margem da inauguração, António Costa foi abordado pelo professor Rui Garcia, de Ponte de Lima, que ficou colocado em Elvas e que, por isso, foi obrigado a viver numa carrinha.

A conversa foi tensa e levou o primeiro-ministro a vincar que foi ele “quem descongelou as carreiras” dos professores.

Costa começou por ser confrontado por um professor que lhe disse que “já cá está há oito anos”. “E o senhor já cá estava há 20”, respondeu o primeiro-ministro.

“Eu mudei as regras para resolver o seu problema e o senhor engoliu e nada disse a outros primeiros-ministros que não mudaram as regras”, atirou depois o governante.

Nessa altura, foi confrontado pelo outro professor que lhe perguntou “quem congelou a carreira e quando”. Após um pequeno silêncio de Costa, o professor reforçou que o primeiro-ministro tem “uma memória muito selectiva”.

“Sabe quem descongelou a carreira? Fui eu”, sublinhou então o governante. “Mas quem a congelou, diga-me”, questionou, depois, o professor.

O primeiro-ministro aproveitou para lembrar também a medida que vai ser implementada, segundo a qual um professor fica vinculado ao Estado se cumprir 1.095 dias de serviço.

A partir desse momento, “é um contrato definitivo, acabou a precariedade”, disse.

Até aqui, a regra era cumprir três anos consecutivos completos, o que os professores “dificilmente conseguiam”.

Quanto ao local onde os professores vão leccionar, o primeiro-ministro disse que o concurso do próximo ano vai ser “absolutamente decisivo”.

“Para aumentar as oportunidades de as pessoas ficarem colocadas mais próximas do local que lhes interessa, houve o desdobramento dos quadros de zona pedagógica e o aumento muito significativo de vagas postas a concurso”, explicou.

Em relação ao apoio de, no máximo, 200 euros aos professores deslocados para o pagamento de rendas de casa, Costa notou que a opção foi contemplar as duas regiões onde o custo da habitação é “muitíssimo superior” ao do resto do país, concretamente a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve.

“Até agora, não havia apoio nenhum a nenhum professor deslocado”, lembrou também.

Tratando sempre o primeiro-ministro por “senhor António Costa”, Rui Garcia disse que “não é normal” o tempo que demora até à vinculação de um professor.

“Corro risco de me reformar e não estar vinculado”, disse, acrescentando que o diploma aprovado “não está adequado ao perfil do professor contratado”.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Este Costa vendedor de banha da cobra nunca mais desaparece? Que vá fazer uma empresa de guarda de fundos apropriados juntamente com o seu amigo Sócrates.

  2. Os 2 congelamentos foram do PS… A bancarrota e o pedido à troika também…
    Farto destes esquerdoidos que nos querem fazer de tolos!

  3. A educação e a diplomacia não são pontos fortes deste ditador.
    Não tem argumentos, é rude e arrogante… Além de mentiroso! Foi no governo de Sócrates, em que fazia parte António Costa que foi feito o primeiro congelamento e, mais tarde, o segundo ainda com Sócrates.
    Que problemas resolveu então o PS e a geringonça? Criaram outros problemas!

  4. A conversa entre professor e 1º ministro não passou de “conversa de chacha”. Parece que nenhum sabia do que falava. e nenhum tinha inteira razão.
    Os remendos feitos pelo Governo mão resolverão por si só o problema de muitos professores..
    Também a vinculação não os resolve.
    Um vinculado, à partida parece estar em posição mais favorável do que o não vinculado., Mas isso não significa que não vá parar a “cascos de rolha”. Ser de Ponde de Lima e ir parar a Elvas é perfeitamente normal. Sempre assim foi, mesmo para quem estava vinculado e quando o sistema trabalhava em esferas bem oleadas.

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