Costa diz que não falta dinheiro ao SNS; Marcelo avisa que as peças do puzzle irão rebentar

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António Pedro Santos / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ladeado pelo primeiro-ministro, António Costa

António Costa assegura que o problema do SNS não é de ordem financeira; enquanto Marcelo Rebelo de Sousa considera que sem um “novo esquema de gestão no SNS” vão começar a “rebentar peças do puzzle”.

António Costa informou os deputados socialistas que se vai reunir na sexta-feira com o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, e defendeu que o Orçamento para 2024 tem dotação suficiente para o setor.

Fontes do PS adiantaram à agência Lusa que esta reunião foi comunicada por António Costa na parte fechada à comunicação social do encontro que teve no parlamento com o Grupo Parlamentar do partido sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024, esta quarta-feira.

A reunião com a equipa da direção executiva do SNS vai realizar-se no Porto, no Hospital de São João, e terá como temas centrais as Unidades Locais de Saúde (ULS), as Unidades de Saúde Familiares (USF) e os serviços de urgência.

Durante a reunião, vários deputados alertaram António Costa, e o ministro das Finanças, Fernando Medina sobre as consequências para o SNS se muitos médicos mantiverem a recusa em ultrapassar o limite legal de horas extraordinárias.

SNS não está esquecido

O primeiro-ministro assinalou que os seus governos já aumentaram as verbas para a saúde na ordem dos 70% e falou em seguida no reforço que se verifica também com o Orçamento para 2024, deixando a entender que o problema do SNS não é de ordem financeira.

António Costa, segundo deputados do PS presentes na reunião, defendeu que o SNS terá de se adaptar aos novos tempos, com uma nova geração de profissionais de saúde.

Marcelo está esperançoso

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“O tempo em política é fundamental. A melhor ideia do mundo com um ano e meio de atraso passa a ser uma ideia menos boa”, observou o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, à margem de uma iniciativa na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Interrogado se teme que Fernando Araújo se demita da Direção Executiva do SNS, devido à demora na aprovação da respetiva regulamentação, o chefe de Estado respondeu que “ele é uma pessoa muito determinada”, que “conseguiu dar a volta no Hospital de São João”, no Porto, e que “é muito efetivo” nos lugares por onde passa.

“Portanto, é criarem-se as condições para poder ser efetivo e para a equipa efetiva, como está agora a fazer, poder arrancar e ir resolvendo os vários problemas, que são alguns antigos, o problema das horas é antigo, outros mais recentes”, apelou.

O chefe de Estado detetou a subsistência de “um problema de fundo”, que é a falta de definição legal do “novo esquema de gestão do SNS”.

“Falou-se das maternidades, depois falou-se do pagamento das horas extraordinárias. O que importaria é que o novo esquema de gestão do SNS fosse posto de pé o mais rápido possível”, defendeu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, é preciso “que isso seja posto no terreno” para “se ter a visão do conjunto, o puzzle completo – se não, começam a rebentar peças do puzzle“.

“E eu tenho a esperança que se perceba isso”, acrescentou.

ZAP // Lusa

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  1. Todas as vezes que coloca dúvidas sobre qualquer iniciativa legislativa ou regulamentar, o presidente faz o possível para rebentar as peças do jogo. E elas acabam por rebentar. Trata-se de uma atitude tradicional deste político desde jovem, que nenhum primeiro ministro do PSD quis como ministro do seu governo: é um lançador de areia nas engrenagens, com um simples objetivo: manter a atenção sobre ele, permanentemente. Trata-se de um problema do foro pedo-psicológico – a necessidade obsessiva de ter o afeto dos outros, típico das crianças. Que o digam o Paulo Portas, quando estava no Independente, ou o Passos Coelho no seu governo e, agora, o Costa.

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