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Costa arrasa proposta “forreta” de orçamento europeu

Paulo Novais / Lusa

A proposta de quadro financeiro plurianual para 2021-2027 do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vai morrer na praia. António Costa diz que os líderes europeus não devem ceder à pressão dos quatro países “forretas”.

Esta proposta não terá o nosso voto favorável“, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, no debate no Parlamento que antecede o Conselho Europeu desta quinta-feira.

Os países do grupo Amigos da Coesão pedem um orçamento ambicioso e os quatro “frugais” (Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria) têm travado uma expansão do orçamento europeu além de 1% do Rendimento Nacional Bruto (RNB). Perante esta divisão, Costa defendeu que esses quatro países estão a vetar a posição dos restantes e que têm de ser eles a ceder e ir ao encontro do que exige a maioria.

Nós é que somos os frugais, eles não são frugais, são forretas“, defendeu.

Por esse motivo, o voto português será contra a proposta de Charles Michel. “Não votaremos esta proposta, continuaremos à procura de uma posição consensual que não ceda à posição de veto dos quatro países”, declarou o primeiro-ministro, citado pelo Expresso, sublinhando que “não estamos isolados nesta matéria”.

Esta quinta-feira, os líderes dos 27 voltam a debater sobre o que poderá ser o próximo quadro comunitário, até 2027. O presidente do Conselho apresentou no final da semana passada uma proposta que coloca o orçamento europeu em 1,074% do Rendimento Nacional Bruto.

No entanto, a proposta mantém o que para os 18 países Amigos da Coesão é impossível de aceitar: cortes na política de coesão. Ainda assim, Charles Michel deixou a porta aberta às negociações, que começam esta quinta-feira.

Costa não esclareceu qual será a estratégia que vai adotar na reunião do Conselho, mas prometeu que iria insistir em não ter cortes na política de coesão. Ao que parece, a ideia de que deste Conselho sairá uma proposta consensual fica por terra.

ZAP //

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