A gigante do vestuário desportivo norte-americana Nike está a planear medidas de redução de custos para poupar até 2 mil milhões de dólares nos próximos três anos, incluindo despedimentos e uma aposta na automação da cadeia de produção.
A Nike vai cortar centenas de empregos, simplificar as suas gamas de produtos e aumentar o uso de automação como parte de uma estratégia para poupar 2 mil milhões de dólares, cerca de 1,6 mil milhões de euros, em custos nos próximos três anos.
O anúncio surge depois de a empresa ter reduzido as suas previsões de aumento de vendas anuais para apenas 1%, diz o jornal britânico The Guardian.
A apresentação destas previsões provocou uma queda das ações da empresa norte-americana, que arrastaram consigo as de empresas rivais como a Adidas, a Puma e a Lululemon.
O gigante do vestuário desportivo atribuiu parte da culpa à queda das vendas online, particularmente no mercado-chave da Grande China, que inclui Hong Kong, Taiwan e Macau.
A Nike contabilizou um lucro de 1578 milhões de dólares (1438 milhões de euros) no segundo trimestre fiscal, um crescimento de 18,5% em termos homólogos.
Em comunicado citado pela agência financeira Bloomberg, o vice-presidente e administrador financeiro da empresa, Matthew Friend, afirmou que a multinacional prevê que as receitas sejam “mais fracas” na segunda metade do ano fiscal.
“Estamos a ver indícios de um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores em todo o mundo,” disse Friend aos analistas esta quinta-feira.
“Sabemos que num ambiente como este, quando o consumidor está sob pressão e a atividade promocional é maior, a novidade e a inovação é que fazem o consumidor agir,” disse Friend.
A Nike tem sido criticada nos últimos anos por uma menor aposta na inovação dos seus produtos, tendo-se deixado ultrapassar nessa vertente por marcas mais pequenas e ágeis, como a Foot Locker.
A reestruturação da empresa vai gerar encargos extraordinários de 400 milhões a 450 milhões de dólares (364 milhões a 410 milhões de euros), sobretudo, com os custos das rescisões dos contratos com os trabalhadores, que serão em grande parte já contabilizados no terceiro trimestre do ano fiscal 2024.
Friend não especificou a ordem de grandeza dos cortes no numero de trabalhadores, mas adiantou que a reestruturação incluirá uma “redução de camadas de gestão“.
Espero que aproveitem para cortar nas suas despesas “woke”.