Há operadoras a cortar os fios da Digi?

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ZAP // Digi; Vodafone; Meo; NOS

Relatos de quem tenta mudar-se para a nova operadora. NOS diz ao cliente que a Digi não tem antenas – mas tem de mais de 3 mil antenas.

A Digi entrou em Portugal com preços muito mais baixos do que os concorrentes, no mercado das telecomunicações.

Como seria de esperar, começaram a multiplicar-se os contactos de actuais clientes de MEO, NOS ou Vodafone com as respectivas operadoras, para cancelarem contrato, ou para retirarem alguma componente do serviço, para se mudarem para a Digi.

Como também seria de esperar, as outras três grandes empresas do meio tentam convencer o cliente a ficar – e tentam convencer que a Digi não tem a qualidade à qual o cliente está habituada.

Poucos dias depois de saber das novidades trazidas pela empresa romena, Miguel tentou tirar dois cartões de telemóvel do seu pacote. Possivelmente para optar pelos 50GB de dados móveis da Digi, pelos quais pagaria apenas 4 euros por cada cartão.

Contactou a NOS para saber se o podia fazer, já que a fidelização só termina daqui a pouco mais de um ano. Ao telefone, a operadora da NOS disse que não podia. Pode acrescentar componentes, alterar algum, mas nunca cancelar, por causa do contrato em vigor.

A conversa poderia ter terminado aí – mas durou quase 40 minutos…

Antes deste esclarecimento rápido, a funcionária da NOS deixou alguns “recados” sobre a Digi: “O preço não é tudo. A Digi não tem a mesma qualidade, você não ia ter internet. Não se deve mudar do certo para o desconhecido”, cita o cliente, em conversa com o ZAP.

Aqui, a primeira interrupção de Miguel: a NOS também não é tão “certa” e cheia de “qualidade” – porque um dos cartões em causa tem ficado sem rede diversas vezes, mesmo em locais centrais.

Voltando ao argumento da operador: “A NOS investiu muito na qualidade da rede, é a empresa que mais investiu nas estruturas… A Digi não tem antenas suficientes”.

Segunda correcção do cliente: este mapa de antenas (que tem a colaboração de clientes espalhados por todo o país) mostra que a Digi tem mais de 3.100 antenas, no momento da elaboração deste artigo.

Aí o cliente aproveitou para dizer que “é normal que, no início, uma empresa ainda não esteja bem estabelecida no mercado” e que “daqui a um mês ou um ano a qualidade seja melhor”. Aliás, segundo um teste do 4gnews, a qualidade do cartão de rede móvel (em Lisboa) até surpreendeu pela positiva.

Terceiro argumento contrariado, desta vez pela operadora: “Ou talvez seja pior. Vai haver muita gente a tentar aceder à rede, e não vão conseguir”.

Depois destes argumentos, a tentativa de agradar ao cliente: os dois cartões teriam, respectivamente, o dobro e o triplo dos GB de dados móveis – e o cliente ainda iria pagar menos 4 euros por mês. O cliente aceitou, continua na NOS.

Contrapartida para a empresa: a fidelização recomeça agora e termina só daqui a 2 anos.

“Operadoras cortam fios”

Pelas redes sociais, sobretudo no Portal da Queixa e no Reddit, continuam a aparecer diariamente relatos de clientes que tentam mudar-se para a Digi mas encontram obstáculos – em diversas operadoras, diga-se.

O mais recente assunto a destacar-se é o alegado corte de fios por parte de outras operadoras.

Nesta sexta-feira, no Reddit, um utilizador conta a sua versão: iria instalar a Digi em sua casa, mas houve um problema…os fios.

“O técnico foi super simpático, mas, ao fim de dois minutos, diz que não consegue fazer a instalação porque cortaram os fios da caixa. Disse que outras operadoras andam a cortar os fios deles”.

O cliente deixa o aviso: “Não sei a veracidade disto, mas sei que causa desconfiança e receio a novos clientes que nunca tiveram contacto com a Digi. Se o cartel está mesmo a fazer isto, é absolutamente nojento!”.

Há cerca de uma semana, outro relato na mesma plataforma: ia realizar a instalação mas o técnico, na rua, estava a verificar a qualidade de sinal e a zona não tinha sinal.

“Foi verificar à caixa de distribuição e a linha da Digi foi cortada, de alicate, na entrada da caixa” – e, segundo o técnico, foi o segundo caso que encontrou em poucos dias.

“Bem, isto está a tornar-se interessante…”, finaliza a publicação.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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