“Correu mal” a presença de Vitorino na campanha de Temido

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José Sena Goulão / LUSA

Marta Temido e António Vitorino na campanha do PS para as eleições europeias

António Vitorino juntou-se aos socialistas na campanha para as europeias. Mas soltou um “naturalmente” que o PS não estaria à espera.

A imigração é o assunto forte da semana, a última antes das eleições europeias, marcadas para o próximo domingo.

Numa altura em que há quase 500 mil imigrantes à espera da regularização dos seus documentos, cerca de 15% dos funcionários da AIMA vão sair.

A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) tem sido o alvo de críticas. A sucessora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ficou com uma “herança pesadíssima” da entidade anterior, com um problema com uma dimensão muito grande, admitiu o Governo, pelo ministro Leitão Amaro.

No dia em que o Governo apresentou o Plano de Acção para as Migrações, António Vitorino não escondeu que a mudança foi negativa.

“Naturalmente que esta transição correu mal. Isso não vale a pena mitigar as palavras. Agora tem de se dar prioridade, resolver o que correu mal, rapidamente. Correu mal. Ponto”, disse o antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações.

Ana Catarina Mendes, ex-ministra e que era responsável pela AIMA no Governo anterior, ouviu essas palavras do colega socialista.

E admitiu na RTP o que correu mal: a pandemia, que “obrigou a excepcionais renovações de autorizações de residência”, e o “trabalho que deveria ter sido feito pelo SEF antes da sua reestruturação e antes da constituição da AIMA, para limpar todas estas pendências”.

Ao lado de Temido

Ana Catarina Mendes é a número 3 da lista do PS para as eleições europeias, no próximo domingo.

As palavras de António Vitorino foram ditas ao lado de Marta Temido, em plena campanha para as eleições europeias, na rua.

O socialista deixou uma crítica a algo que aconteceu durante o Governo PS, do qual Marta Temido fez parte até Agosto de 2022.

“Foi bom para o PS: nem toda a gente está a assobiar para o lado. É pena não ter sido a própria Marta Temido a ter a coragem de falar nisso”, analisou Helena Pereira, no Público.

A comentadora acha “anormal” ninguém nesta campanha do PS admitir falhas durante o Governo socialista.

E há outro aspecto que não deve ser ignorado: António Vitorino foi uma das hipóteses mais comentadas para liderar a lista do PS para as europeias. “Não sei se não lhe terá dado algum prazer fazer esta crítica”, atirou Helena Pereira.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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