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Coreia do Sul retalia e retira Japão de lista preferencial de comércio

Pyongyang Press Corps / EPA

O Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in,

No dia 2 de agosto, o Presidente da Coreia do Sul condenou a “decisão irresponsável” do Japão de eliminar Seul de uma lista de países que beneficiam de um tratamento preferencial em matéria comercial e ameaçou retaliar.

A Coreia do Sul decidiu retirar o Japão da sua lista de países que beneficiam de um tratamento preferencial em matéria comercial, após a mesma medida ter sido aplicada por Tóquio no início deste mês, anunciou o Governo sul-coreano.

O ministro do Comércio da Coreia do Sul, Sung Yun-mo, comunicou esta segunda-feira em conferência de imprensa que o país vai retirar o Japão da “lista branca” de 29 países devido a problemas nos controlos de exportação de materiais sensíveis.

As autoridades sul-coreanas não especificaram, contudo, quais os problemas que encontraram nesses materiais. A medida deverá entrar em vigor em setembro, adiantou Sung Yun-mo.

No dia 2 de agosto, o Presidente da Coreia do Sul condenou a “decisão irresponsável” do Japão de eliminar Seul de uma lista de países que beneficiam de um tratamento preferencial em matéria comercial e ameaçou retaliar.

“O Governo japonês é inteiramente responsável pelo que acontecerá em seguida”, sublinhou.

Tóquio anunciou que ia retirar a Coreia do Sul da lista de parceiros comerciais preferenciais, a partir de 28 de agosto próximo, por suspeitar que não foram aplicadas medidas de segurança suficientes no setor tecnológico, num novo agravamento da tensão entre os dois países.

A medida foi aprovada pelo conselho de ministros do executivo liderado por Shinzo Abe e alarga as limitações que Tóquio está a aplicar desde o início de julho passado aos materiais químicos básicos, que as empresas sul-coreanas compram para fabricar ecrãs e ‘microchips’ de memória.

Sobre a decisão, o ministro do Comércio japonês, Hiroshige Seko, sublinhou que perder o estatuto comercial preferencial significa apenas que o tratamento dado à Coreia do Sul passa a ser um tratamento regular, e que não deverá afetar as relações bilaterais.

Em vigor vai continuar a exigência de pedir aos exportadores japoneses licenças individuais para três materiais, usados na produção de semicondutores, ‘smartphones’ e outros aparelhos de alta tecnologia, o que desencadeou protestos violentos e boicotes na Coreia do Sul.

Desde 2004 que a Coreia do Sul detinha este estatuto comercial especial, o de “país branco”, juntamente com um grupo de 26 países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido, a Argentina, a Alemanha e a Austrália.

Seko acrescentou que esta decisão era necessária para que o Japão pudesse fiscalizar as exportações por questões de segurança nacional e não pretendia ser uma retaliação à questão do trabalho sul-coreano durante a Segunda Guerra Mundial.

No final de 2018, o Supremo Tribunal sul-coreano determinou que as empresas japonesas presentes na Coreia do Sul tinham de pagar compensações a cidadãos coreanos, ou aos herdeiros, escravizados por aquelas companhias durante a Segunda Guerra Mundial.

Com base no tratado de 1965, o Japão, que colonizou a península coreana entre 1910 e 1945, entregou 300 milhões de dólares às vítimas, dinheiro que a ditadura militar de Park Chung-hee não fez chegar a todas, motivo que levou milhares de pessoas a denunciar recentemente a situação às autoridades sul-coreanas.

// Lusa

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