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Coreia do Norte terá reativado reator nuclear, alerta agência das Nações Unidas

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Michael Day / Flickr

Fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul

Agência caracterizou as movimentações como “profundamente preocupantes” e uma “violação” das resoluções das Nações Unidas. 

A Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA), organismo pertencente à Organização das Nações Unidas, incluiu no seu relatório anual a possibilidade de a Coreia do Norte ter reativado o seu reator nuclear, o qual, acredita-se, estará a ser usado para produzir plutónio para armas nucleares.

Segundo escreve o The Guardain, os inspetores da agência não têm acesso às instalações desde que estes foram expulsos do país pelo regime em 2009. Desde então, a Coreia do Norte retomou o seu programa de armamento nuclear e rapidamente voltou a testá-lo — o que originou várias sanções económicas impostas pelos Estados Unidos e pela ONU.

Como tal, as mais recentes constatações feitas pela AIEA surgem de um acompanhamento feito à distância, através de imagens de satélite, “Não existiam indícios de operações no reator entre dezembro de 2018 e o início de julho de 2021”, escreveu o organismo sobre o reator de 5 megawatts localizado em Yongbyon.

“No entanto, desde o início de julho de 2021, tem havido indicações, nomeadamente a descarga de água de refrigeração, o que é algo consistente com a atividade do reator”, pode ler-se no relatório, datado de sexta-feira, que é publicado online anualmente antes da reunião das nações que integram a agência. Em junho, a AIEA já tenha sugerido que existiam suspeitas de que em Yongbyon estava a decorrer um processo que consistia na separação do plutónio do combustível usado nos reatores para produção de armas nucleares.

No relatório divulgado na sexta-feira é ainda possível ler que a aparente duração dos trabalhos — cinco meses — sugere que em causa estaria o uso de um lote completo de combustível usado, quando para operações de tratamento ou limpeza dos resíduos seria necessário muito menos tempo.

A agência caracterizou as movimentações como “profundamente preocupantes” e uma violação das resoluções das Nações Unidas. A notícia já foi abordada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, com um alto representante a afirmar que o Washington teve conhecimento do relatório e está a coordenar a sua ação com países terceiros, avança a AFP.

“Este relatório ressalta a necessidade urgente de diálogo e diplomacia, para que possamos alcançar a desnuclearização completa da Península Coreana. Continuamos a procurar o diálogo com a Coreia, para que possamos questionar esta atividade relatada e todas as questões relacionadas com a desnuclearização.”

Em 2019, a propósito da cimeira de Hanói, a possibilidade de desmantelamento do reator nuclear foi discutida entre Kim-Jong-un, líder norte-coreano, e o então presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump. As condições do acordo seriam que em troca do efetivo desmantelamento as sanções económicas decretadas à Coreia do Norte seriam aliviadas, algo que Trump acabou por rejeitar por entender que a destruição de Yongbyon não justificava a suavização das sanções, lembra o Público.

O jornal cita Jenny Town, analista do site 38 North, que à Reuters disse que esta é uma altura pouco comum para as atividades serem retomadas em Yongbyon, devido às habituais cheias na região. Segundo outra perspetiva, a diplomática, na qual Joe Biden optou por redesenhar a estratégia a seguir para a Coreia do norte, mostrando-se aberto ao diálogo com o país de Kim-Jong-un, mas retirando-lhe o protagonismo dado por Trump.

ARM //

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2 Comments

  1. Estes países pobres, que se dedicam a desenvolver armamento nuclear…..se gastassem o dinheiro a desenvolver o país deles e a criarem melhores condições de vida para a população deles, é que eles eram espertos. Preferem andarem a preparar-se para guerras que só existem na cabeça deles.

    • Neste caso o Kim tem o povo a morrer à fome e vai produzir cachorros quentes com a central nuclear para satisfazer as necessidades dos “camaradas” famintos.

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