Copos descartáveis foram proibidos nas Festas de Lisboa. Mas foram usados na mesma

Iberian Proteus / Flickr

Em algumas bancas, os vendedores de bebidas apresentam um copo de plástico mais resistente. Mas isso não acontece em todas as barraquinhas.

No Largo da Graça, diversas bancas venderam cerveja em copos de uma só utilização; na Alameda, durante um concerto de Ruth Marlene, o cenário era idêntico. Em vários sítios da cidade, há bebidas à venda em copos descartáveis, de acordo com o Público.

A partir deste ano, os copos de plástico descartável foram proibidos nas Festas de Lisboa. Segundo o despacho que regula as “condições de realização dos arraiais de Lisboa”, publicado em dezembro de 2018 no Boletim Municipal, “as entidades organizadoras dos arraiais populares são obrigadas a garantir a) em 2019, a não utilização de copos de plástico descartável e b) em 2020, a não utilização de copos, pratos e talheres de plástico descartável”.

De entre os muitos arraiais e retiros populares que se realizam durante o mês de junho, 19 são diretamente subsidiados pela câmara de Lisboa através da EGEAC, a empresa municipal responsável pelas Festas. Nesses arraiais “foi estipulado o uso de copos reutilizáveis”, ficando o modelo de gestão à escolha de cada organizador, explica fonte oficial daquela empresa. Nos outros, apesar de a EGEAC não ter qualquer influência, “o regulamento tem de ser cumprido em qualquer caso”.

O arraial que esteve montado nos largos de São Vicente e da Graça foi organizado pela Junta de Freguesia de São Vicente e não teve apoio da EGEAC. Um responsável pelo evento, que atraiu milhares de pessoas, explicou que a autarquia mandou fazer 35 mil copos reutilizáveis, o que se revelou insuficiente para a elevadíssima procura. Por isso é que, entre os 60 feirantes, muitos houve que recorreram ao clássico copo descartável.

A junta de São Vicente contratou uma empresa de logística para produzir, distribuir, armazenar, lavar e devolver os copos reutilizáveis. Cada copo custou 75 cêntimos à junta, mas chegou ao consumidor final com o preço de um euro para que os feirantes, com um lucro de 25 cêntimos por copo, se sentissem incentivados a vendê-los em vez dos descartáveis.

Nos arraiais apoiados pela EGEAC foi a cerveja Sagres, principal patrocinadora das Festas, que se encarregou de produzir e distribuir os copos reutilizáveis. Além dos arraiais apoiados pela empresa municipal, a Sagres fez ainda acordos comerciais com juntas de freguesia e outros arraiais para fornecimento de cerveja, o que, nalguns casos, significou também a disponibilização de copos.

Os arraiais têm liberdade para escolher o modelo que preferirem na gestão dos copos reutilizáveis. São Vicente só devolve o euro se o copo for acompanhado da moeda falsa entregue na venda, mas noutras festas basta entregar o copo, desde que tenha sido adquirido naquele local.

A partir de 1 de janeiro de 2020, a venda de plásticos descartáveis no espaço público vai ser proibida pela câmara de Lisboa.

ZAP //

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