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Copos de café, plástico e animais: os fósseis que vamos deixar para trás quando a civilização colapsar

Daqui a milhares de anos, um arqueólogo robô poderá encontrar evidências do colapso da nossa civilização. Juntamente com sacos de plástico e copos de café takeaway, que fósseis teremos deixado para trás?

Esta é a pergunta que paleobiólogos da Missouri Western State University e da Illinois University tentaram responder, especulando sobre o registo fóssil de mamíferos que pode ser deixado por uma civilização humana global do século XXI que passou a dominar a geologia e os sistemas naturais do nosso planeta.

De acordo com as suas descobertas, que serão publicadas em março na revista científica Anthropocene, os cientistas argumentam que os seres humanos e os animais que domesticaram vão dominar o registo fóssil e exceder em muito o dos animais selvagens. Segundo o IFLSience, as civilizações futuras terão muitos humanos, porcos, gado e ovelhas nos seus museus de história natural, além de um bom número de cães e gatos.

“A probabilidade de um animal selvagem se tornar parte do registo fóssil tem-se tornado muito pequena”, disse Roy Plotnick, principal autor do estudo e professor de ciências da terra e do ambiente na UIC, em comunicado.

Parte do estudo concentra-se no uso do estado do Michigan, nos Estados Unidos, como um microcosmo para estudar o impacto da civilização moderna numa área.

Enquanto o estado é abundante em cervos de cauda branca e outra fauna, mais de 95% da biomassa de animais vertebrados do estado é composta por seres humanos e os seus animais, principalmente gado e porcos. Se voltarmos ao passado cerca de 300 anos, encontraríamos um registo fóssil que dificilmente será menos influenciado pelo comportamento humano.

A equipa chegou a estas conclusões depois de examinar centenas de artigos científicos sobre fossilização e geologia, combinados com dados sobre práticas de gado e enterro.

O objetivo do estudo é detalhar a forma como o futuro registo fóssil pode ser afetado pelo Antropoceno, uma época geológica proposta que especula que o comportamento humano está agora a moldar significativamente a geologia e os ecossistemas da Terra.

Os cientistas também propõem que esta época apresenta um distintivo “sinal de cadáver do Antropoceno”, ou seja, a forma pela qual os fósseis do século XXI poderão ser descobertos – cuidadosamente enterrados em sepulturas organizadas – é notavelmente diferente de qualquer outra época da vida da Terra.

“Estas sepulturas ordenadas são essencialmente globais, por isso encontrarão as pessoas da mesma forma em todo o lado”, disse a principal autora Karen A. Koy, bióloga da Missouri Western State University, em entrevista à Science Magazine.

Assim, os fósseis do mundo de hoje serão únicos na história da Terra e inconfundíveis para os paleontólogos daqui a 100 mil anos.

ZAP //

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