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“Controlo de fronteiras” para gaivotas: O Porto vai (finalmente) ter um plano

Diego Delso / Wikimedia

Uma gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis) e a cidade do Porto, ao fundo

A Área Metropolitana do Porto (AMP) vai lançar “nos próximos meses” um concurso para executar o plano de ação de controlo de gaivotas nas zonas costeiras.

O número descontrolado de gaivotas na região do Porto, mais do que uma afronta para a população, é “uma questão de saúde”.

São cada vez mais os relatos de ataques, os furtos de comida e as invasões do espaço pessoal.

A AMP quer fazer uma espécie de controlo de fronteiras, a fim de mitigar a afluência de gaivotas na região.

De acordo com a primeira secretária da Comissão Executiva Metropolitana do Porto, Ariana Pinho, o lançamento do concurso para executar o plano “decorrerá nos próximos meses porque o tempo de nidificação [das gaivotas] é em junho”.

O plano de ação estabelece que cada município envolvido – Vila Nova de Gaia, Porto, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim – desenvolva “um programa de controlo de nidificação” da gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis), a espécie mais frequente, “devendo este programa ocorrer durante a época de reprodução (entre início de abril e fim de maio/início de junho)”.

O programa “pode incluir a remoção de ninhos, e/ou remoção e/ou inviabilização de ovos“, deixando-os no ninho, permitindo uma “comparação de facilidade de implementação de cada método e comparação de resultados no curto e médio prazo”.

“Quando for iniciado o processo de contratação, os municípios devem solicitar a licença ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] para remover os ninhos”, refere o documento.

O plano de ação defende também a preparação ou revisão de manuais de boas práticas nos principais locais de alimentação das gaivotas – como lotas, restaurantes, barcos ou aterros -, uma correta gestão de resíduos orgânicos, e a não alimentação dos animais, através da sensibilização da população.

O tópico – já antigo – esteve em debate, esta segunda-feira à noite, na Assembleia Municipal do Porto, onde marcaram presença quatro membros da Comissão Executiva.

Interpelada pelo presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Tiago Mayan, sobre a execução e os atrasos do projeto, iniciado em 2020, a primeira secretária esclareceu que o mesmo estava “em fase de fecho”, mas que por força da covid-19 e devido à saída de alguns técnicos, “houve um atraso”.

“Quando o ano passado decidimos avançar já era muito em cima da época da nidificação”, referiu, acrescentando que este ano, sim, vão ser implementadas ações.

ZAP // Lusa

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